Pesquisa foi feita em animais, mas cientistas acreditam que suas conclusões também poderão se aplicar aos humanos
A interrupção contínua da respiração dos pacientes com apneia obstrutiva do sono pode estar relacionada com a proliferação de células cancerígenas e com um aumento do crescimento de tumores, segundo um estudo da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Toráxica (SEPAR).
A pesquisa concluiu que a alta taxa de falta de oxigênio (hipoxia) contribui para crescimento de tumores, informou nesta segunda-feira (29) a sociedade médica em comunicado.
A hipoxia é um sintoma recorrente da apneia obstrutiva do sono e pode causar problemas cardiovasculares, como a hipertensão.
O estudo foi feito em ratos que levaram injeções de células tumorais de melanoma e em seguida foram divididos em dois grupos. Os animais do primeiro grupo foram expostos a uma hipoxia ininterrupta que simulava a apneia do sono e os do segundo receberam níveis normais de oxigênio.
Ao finalizar o estudo, os tumores dos ratos foram extirpados e pesados, e se mediu o grau de necrose dos mesmos para determinar sua agressividade.
O aumento do tamanho do tumor foi maior nos ratos submetidos à hipoxia ininterrupta, segundo o pesquisador Ramon Farré, membro do setor do sono do SEPAR. Concluiu-se que o peso do tumor e a necrose dos roedores com hipoxia ininterrupta eram quase duas vezes maiores que o dos tumores dos ratos do outro grupo.
Segundo a sociedade médica, apesar da pesquisa ter sido feita em animais, suas conclusões poderão ter implicações futuras em clínicas se os resultados se confirmarem também em grande escala em humanos.
Pesquisas futuras avaliarão se a hipoxia ininterrupta também provoca a formação inicial de tumores e se esta promove as metástases dos tumores de um órgão a outro, assim como se existe relação entre a incidência do câncer e a gravidade da apneia.
O trabalho, financiado em parte pela SEPAR, foi selecionado para ser apresentado no simpósio "Descobrimentos científicos do ano", que está incluído dentro do recente congresso da American Thoracic Society, e será publicado no "European Respiratory Journal".
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