quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasil terá 59 novos casos de câncer por hora em 2012

Projeção do Inca mostra que tumor na próstata é o mais incidente em homens e, em mulheres, o de mama
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nesta quinta-feira (24), as projeções de novos casos de câncer para 2012. Pelos números apresentados, até dezembro do próximo ano, 518.510 pessoas devem receber o diagnóstico da doença, uma média de 59 notificações por hora.
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Nas mulheres, serão 260.640 registros, sendo o mais incidente o câncer de mama (52.680). Entre os homens, o total de novos casos é 257.870, sendo que três em cada dez afetarão a próstata, o tipo de tumor mais numeroso entre eles (60.180 novos casos).
Inca

Tabela dos novos casos de neoplasias no universo masculino

Novos casos de câncer em homens

Projeção mostra que, entre eles, o tumor na próstata será o mais incidente
Inca
Tabela de novos casos de neoplasias no universo feminino

Novos casos de câncer em mulheres

Entre elas, o tumor nas mamas é o mais incidente
Inca
Pela primeira vez, o Inca incluiu sete novas localizações de tumores no estudo: bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin.
Os dois últimos, afirma o Instituto, foram muito noticiados por terem acometido, respectivamente, o ex-presidente Lula, o ator Reynaldo Gianecchini e a presidente Dilma Rousseff e, por isso, passaram a fazer parte das projeções, que são divulgadas a cada dois anos.
Ainda de acordo com o Inca, as estimativas gerais não podem ser comparadas com anos anteriores, “uma vez que não tem como referência a mesma metodologia e nem as mesmas bases de dados.”
O mapeamento para 2012 foi feito com base nas informações dos 17 centros de oncologia do País e também com os dados do Sistema de Informação da Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM).
Rota de risco
O raio-X apresentado indica que os casos de câncer seguem a rota dos hábitos de risco dos brasileiros.
Na região Sul, por exemplo, o câncer do pulmão é o segundo mais recorrente, com 37 casos para cada 100 mil habitantes (atrás apenas do de pele). Esta mesma área do País, já mostrou levantamento feito pelo Ministério da Saúde, concentra o maior número de fumantes nacionais – 19,5% da população adulta fuma.
Já na região Nordeste, a taxa esperada de câncer de pulmão é de 8 casos em 100 mil pessoas. Na Bahia, por exemplo, 8,4% são fumantes, 11,1 pontos porcentuais atrás dos gaúchos. Os oncologistas afirmam que o tabagismo está associado a 90% dos registros de câncer de pulmão.
Outro indicador que os casos de câncer obedecem a lógica do comportamento preventivo é o câncer de colo de útero. Na região Norte, as projeções indicam que ele será o mais incidente entre as mulheres, responsável por 23,7% do total de casos.
Em todas as outras áreas - Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o recordista na população feminina é o câncer de mama. Não por coincidência, o Ministério da Saúde já detectou que as mulheres nortistas são as que menos realizam o exame ginecológico papanicolau, o mais indicado para detectar o HPV. Quando este vírus não é tratado, ele pode evoluir para câncer de cólo.
Prevenção
O câncer já ocupa a segunda causa de morte dos brasileiros, atrás das doenças cardíacas, e os especialistas afirmam que são dois fatores que justificam o posto. O primeiro deles é o próprio envelhecimento da população. O aumento da expectativa de vida, já ressaltou a Sociedade Brasileira de Cancerologia, influencia no aumento de casos, já que o organismo envelhecido fica mais vulnerável às mutações celulares (uma das causas dos tumores malignos).
Mas são os hábitos nocivos à saúde, alerta o diretor do Hospital AC. Camargo (referência nacional em tratamento de câncer), Jeferson Luiz Gross, os principais culpados para a incidência. “O câncer tem explicações genéticas em 10% dos casos. O restante está muito enraizado em fumo, consumo de bebidas alcoólicas, sedentarismo e obesidade”, diz Gross. “Todas as pesquisas são contundentes ao mostrar que a prevenção destes hábitos é a melhor forma de controlar o câncer.”





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