quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Famílias estão menores e mais abertas, mostra Censo 2010

Dados do IBGE revelam mudança na vida privada: diminui número de pessoas vivendo no mesmo lugar, mas diversidade doméstica aumenta
Os dados do Censo de 2010, revelados nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística(IBGE), traçam um grande perfil da vida privada no Brasil, mostrando o que muda – como os domicílios com filhos de uniões anteriores e os domicílios com casais gays – e o que permanece – quanto mais rica a casa maior a chance de ela ter poucos moradores.
A “nova família” se consolida: As casas dos nossos pais são muito diferentes das nossas
Neste retrato da vida privada do País, o IBGE conta que, em média, vivem três pessoas por residência no Brasil (sendo estatisticamente exato: 3,3 pessoas). Há dez anos, no Censo de 2000, a média era de 3,7 pessoas. Segundo o instituto, isso é “mais um reflexo do processo da queda da fecundidade que vem ocorrendo sistematicamente no País nas últimas décadas”. Cada vez menos pessoas vivem juntas porque os casais têm cada vez menos filhos.
Os brasileiros estão vivendo cada vez mais em casas com filhos de diferentes uniões - mas continuam preferindo casas - e casas próprias
Outra novidade são os brasileiros que passaram a entrar no radar do IBGE – e passaram a ser uma realidade estatística no País. Hoje, há 57 milhões de domicílios no Brasil. Destes, 60 mil são chefiados por um casal do mesmo sexo. É a primeira vez que se sabe o número de residências com casais gays.
Outra realidade até então invisível foi captada pelo instituto: o número dos domicílios onde pelo menos um dos filhos foi gerado durante outra união. Hoje, pelo menos 8,4% das residências tem filhos que são biologicamente ligados ou apenas ao pai ou apenas à mãe. É uma consequência natural da lei do divórcio, de 1977. Primeiro, foi a queda do tabu da separação. Agora, aos poucos, as famílias passam a vivenciar o mosaico familiar, onde filhos de uniões anteriores vivem juntos, no mesmo domicilio.
O que não muda
Algumas coisas, porém, mudam lentamente, ou quase não mudam. Hoje, 61,3% das residências são chefiadas por homens, contra 38,7% lideradas por mulheres. Os números também mostram que, nas casas onde cada pessoa recebe em média não mais do que R$ 68, há, também em média, cinco moradores por residência. Já nas casas onde cada pessoas tem rendimento médio acima de R$ 5450, o número de moradores fica em torno de duas pessoas por imóvel. É uma espécie de “escadinha”, na qual o piso tem pouco dinheiro e muitas pessoas vivendo juntas e o teto tem muito dinheiro e poucas pessoas compartilhando o endereço.
Outra continuidade está ligada ao tipo de residência. Embora nas grandes cidades os edifícios marquem a paisagem urbana, o Brasil ainda é um País majoritariamente de casas: os apartamentos são apenas 10,7% do total de domicílios. Além disso, o Brasil continua sendo o País da casa própria: o aluguel responde por apenas 20,9% do total de residências. O brasileiro pode estar vivendo com outras pessoas, mas continua morando nos mesmos lugares, do mesmo jeito.




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