quarta-feira, 9 de novembro de 2011

AVC pode mudar comportamento, afirmam neurologistas

“Mas não há uma evidência científica de que homossexualidade é um processo neuroquímico”, reforçam
A declaração do britânico de 26 anos, publicada nesta quarta-feira (8), de que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido fez com que ele “largasse a noiva e virasse gay” é aceita pelos neurologistas brasileiros com ressalvas. A transformação no comportamento, explicam, parece estar mais calcada nas implicações psicológicas acarretadas pelo fato dele ter sobrevivido a um evento trágico de saúde do que a um processo neuroquímico desencadeado pela lesão cerebral.
“Não há uma única evidência científica de que homossexualidade é um processo neuroquímico e, portanto, desencadeada por um AVC”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia, Marcus Rotta. “O fato é que, do ponto de vista psicológico, sabemos que os conceitos mudam após o enfrentamento de uma situação de gravidade, em que a sensação de morte ocorre. Isso, sim, pode fazer com que o paciente viva de forma mais aberta, atendendo mais os seus desejos antes reprimidos”, completa.
De fato, o britânico chamado Chris Birch quase morreu. Ele caiu, quebrou o pescoço e ficou desacordado. O cérebro foi lesionado e ele diz que acordou no hospital já com preferências sexuais diferentes, sentindo atrações por homens.
O neurologista especializado em doenças cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia, Rubens Gagliardi, explica que, em casos mais raros, o AVC pode ter como sequela uma mudança de comportamento brusca. “Mas em toda a minha experiência nunca ouvi falar em mudança de orientação sexual”, diz. “O que vemos com certa frequencia são pessoas que antes eram calmas e passam a agir mais agressivas e vice-versa. O idioma e os sotaques também podem ser comprometidos.”
As causas, o tratamento e a prevenção do acidente vascular cerebral
Sexualidade
A ligação entre sexualidade e AVC, afirmam Rotta e Gagliardi, é que o cérebro é o maestro do organismo. Por isso, se o comprometimento foi em uma área relacionada aos hormônios, pode haver uma diminuição do apetite sexual. Os homens podem sofrer com a impotência também. “Mas quem perde a libido por causa do AVC perderia independentemente do gênero do parceiro”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia.





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