quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Perdoar um erro faz você se sentir melhor

Claudia Riggs perdoou o homem que causou a morte de seu neto de quatro meses: "Vou guardar esse ressentimento para quê?"
As pessoas frequentemente ficam perplexas quando descobrem que Claudia Riggs perdoou o homem que causou a morte violenta de seu neto de quatro meses de idade, Jack Sebastian Koller. "Eu não sei por que questionam isso", diz Riggs, uma mulher de fé notável. "Vou guardar esse ressentimento para quê? Minha teoria é que as pessoas que fazem isso são sem consciência."
Joseph Black, rabino do Templo Emanuel, em Denver, pensou muito sobre o perdão e admite que não é fácil ter essa atitude. "Alguns pecados não podem ser perdoados. Mas se não perdoamos ou não podemos perdoar, então estamos prejudicando a nós mesmos. Raiva e ressentimento são emoções poderosas. Elas devoram as nossas almas."
Lloyd Barrett, pastor da Igreja Mile High, em Denver, sugere que o ato é especialmente importante para a pessoa que perdoa. "Por experiência pessoal eu sei que o perdão me libertou para ser mais criativo", disse ele.
"Eu cresci na Jamaica e fui para um colégio afro-americano, na Flórida, na década de 1960, quando o racismo era galopante. Era importante para mim poder perdoar - não necessariamente sempre é fácil -, mas se eu não tivesse essa habilidade teria bloqueado a minha entrada de energia criativa. Lembro-me de dizer a alguém certa vez: ‘Eu te perdoo por mim, não por você’ Ele ficou chocado. Eu percebi que, apesar da dor, a falta de perdão é como me manter em cativeiro. "
Perdão, como Barrett define, significa liberar deliberadamente ressentimento e desejo de vingança. O que causou dor ou ofensa não pode ser apagado, mas recusar-se a cultivar o rancor pode tornar as pessoas mais saudáveis.
Katherine Piderman, que trabalha na capela de um hospital, descobriu que pessoas que perdoaram um erro conseguiram ter relacionamentos melhores, melhoria da saúde espiritual, psicológica e física, incluindo pressão arterial, risco diminuído de depressão, ansiedade e dores crônicas, além de um menor risco de abuso de substâncias.
Depressão
"Na minha igreja, o ministro disse que o ressentimento é como beber veneno e esperar a outra pessoa morrer", disse Riggs. O perdão não vem rapidamente e não é algo que acabe com todos os problemas. Riggs ficou deprimida por um ano depois que Jack morreu. “Eu me sentia culpada se eu ficava feliz, mesmo que fosse por apenas um minuto", disse ela.
"No dia de Ação de Graças foi horrível. Eu passei o Natal sozinha. Durante um fim de semana em outubro, eu estava presa no trânsito perto de um desfile onde todo mundo vestia fantasias de Halloween. O que você vai fazer? Eu amo desfiles. Comecei a me sentir feliz de novo."
Claudia Riggs ainda tem dificuldade em assistir a apresentação dos slides que ela criou para celebrar a curta vida de seu neto. Ela raramente fala sobre sua morte e o que a causou. "Se você parar e pensar sobre isso, é muito horrível", disse Riggs.
"Perdoar (o assassino de Jack) não tira a dor. Você ainda está zangada. Machucada. Traída. Confusa. Chocada. Não estou dizendo que é fácil. O perdão é algo que você tem que praticar diariamente", ensina Riggs.



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