quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

2012: que comidas vêm por aí?

2011 está acabando. E começam a pipocar as pesquisas de tendências de gastronomia para o próximo ano. O Food Chanel (canal de tv especializado em comida) já publicou suas previsões. O site Huffington Post publicou as 11 maiores tendências de 2011 e as 12 em que estão apostando para 2012. A James Beard, fundação americana que promove restaurantes, chefs e cultura gastronômica em geral, também fez algumas apostas.
O relatório mais completo parece ser o documento divulgado pela Baum + Whiteman, uma empresa de consultoria gastronômica. E o mais “avançado” o do site Epicurious, um dos mais respeitados especializados em comida.
Basta dar um google por “food trends 2012” que a cada dia novos endereços com novas pesquisas aparecem. Infelizmente, não consegui encontrar nada de pesquisa aqui no Brasil. Se alguém tiver encontrado, por favor, me dê as coordenadas.
Então, muito do que aparece nesses links acima são tendências mais “americanizadas”. Um exemplo é o fenômeno dos food trucks, os caminhões que servem refeições rápidas, mas caprichadas, em geral preparadas por jovens chefs promissores, nas esquinas dos Estados Unidos. Eles aparecem em várias pesquisas. Em algumas, ainda como a sensação. Em outras, como um fenômeno que já está entrando em decadência. De qualquer forma, ainda distante por aqui, onde as barraquinhas de cachorro-quente e yakissoba imperam nas portas de faculdades e baladas. Ok, neste ano disputando espaço novamente com os carrinhos de pipoqueiros, que reapareceram, para a nossa felicidade.
Então, aqui vão alguns destaques do que apareceu nas pesquisas por aí:
1) a comida do Noma, restaurante na Dinamarca que foi eleito o melhor do mundo, está em todas as pesquisas. Seu chef René Redzepi é o grande nome, aparecendo como o “substituto” do espanhol Ferran Adrià;
2) a comida peruana e os produtos típicos do Peru novamente são apontados como a nova grande tendência, que deve ocupar o espaço ocupado pelos espanhois na última década;
3) mas a comida da Coreia começa a aparecer. Nos Estados Unidos já é vista como algo que atingiu seu pico em 2011; no resto do mundo ainda está sendo descoberta. Legal observar que um grupo de chefs coreanos será a atração do Madrid Fusión, ainda o congresso mais importante de gastronomia do mundo, em 2012. Neste ano, fiz uma aula com a chef Mari Hirata que disse que os mercados japoneses estão tomados pelas fortíssimas pimentas coreanas, o “novo hit” por lá;
4) o fim da era da comida nostalgia: depois de 3 anos de crise econômica, onde o retorno da comida caseira, preparada pelas mães e avós, com seus assados e tortas, foi a grande tendência, agora, os americanos estão cansados de comer em casa e querem novos sabores e novidades;
5) mercados multietnicos e multissensoriais: vivemos no tempo em que produtos do mundo inteiro estão disponíveis em prateleiras também de mercados de todos os lugares, o que começa a gerar misturas interessantes;
6) o total aproveitamento de todas as partes de carnes de boi e porco também surge como uma tendência ainda a se apostar ou em declínio, conforme a pesquisa. De qualquer forma, o uso de carnes antes consideradas menos nobres, como língua, rabo e tripa, continua como uma aposta firme;
7) as cervejas dominaram e vão reinar ainda mais;
8) assim como as bebidas amargas. Graças a um marketing muito bem feito da Campari, o Negroni foi o “drink do ano” pelo mundo afora;
9) e os americanos descobriram o milagre dos salgadinhos! Hahaha. Arancini, bolinhos de queijo de cabra, falafel, croquetes _tudo frito_ são “a” comida dos bares. E a gente já sabia há décadas!
10) e, por fim, uma tendência apontada pela Baum + Whiteman que achei a mais interessante. Com o aumento do trânsito nas grandes cidades e as pessoas passando cada vez mais tempo paradas dentro do carro, os horários das refeições vão mudar. A pesquisa prevê que os coquetéis e compromissos sociais vão acontecer mais cedo, por volta de 16h/17h. E os jantares com a família, amigos, namorados etc. vão ser mais tarde, por volta de 22h. Faz sentido. Com isso, devem voltar com tudo os restaurantes e bares de hotéis, para os tais compromissos sociais

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