domingo, 18 de dezembro de 2011

Após vazamento de óleo em Angra, governo encontra mancha em praia

Mancha foi vista na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, litoral do RJ.
Empresa de petróleo faz remoção de mancha e de óleo em mar.
Em dois sobrevoos realizados neste domingo (18), técnicos da Secretaria estadual do Ambiente constataram a presença de uma mancha de pequena extensão, na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, no litoral Sul Fluminense.
O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez (Cenpes), da Petrobras, coletou uma amostra do material para analisar se a mancha é proveniente do vazamento de óleo de um navio da empresa Modec Serviços de Petróleo do Brasil.
Na sexta-feira (16), um navio da companhia foi responsável pelo vazamento de 10 mil litros de óleo nas proximidades da Ilha Grande, em Angra dos Reis. No sábado, a Secretaria do Meio Ambiente já havia informado que o vazamento estava controlado.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou neste domingo que a Modec “foi instada” a limpar imediatamente as áreas da praia e costão da Praia do Bonfim. A Modec informou ao G1 que atendeu a solicitação do governo, mesmo sem o laudo do Cenpes. A empresa afirmou ainda que contratou sete embarcações para remover o óleo encontrado no mar. Segundo a Modec, a dispersão das manchas é feita com a técnica de jateamento de água.
Multa de R$ 10 milhões
Óleo na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis
De acordo com Minc, caso seja comprovado que o óleo encontrado na Praia do Bonfim seja proveniente do navio da Modec, a empresa receberá uma multa ainda maior pelo estrago. No sábado (17), o Instituto estadual do Ambiente (Inea) havia estimado uma multa no valor inicial de R$ 10 milhões contra a Modec.
O Inea aguarda o relatório da Capitania dos Portos sobre as causas do acidente e o volume vazado para definir o valor final da multa.
A Secretaria disse que do vazamento ocorrido na sexta-feira, ainda restavam neste domingo, duas pequenas manchas de óleo. O navio Cidade de São Paulo, da Modec, seguia para o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, para ser adaptado e transformado em navio-plataforma, para operar em atividades de extração de petróleo na Bacia de Campos, no Norte Fluminense.
Mancha na Ilha dos Porcos
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse que durante o sobrevoo percebeu duas manchas, com larguras entre 150 e 200 metros, próximo à Ilha dos Porcos, em Angra dos Reis. O local, segundo o Inea, é de propriedade do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. No entanto, a Modec explicou que navios da companhia foram ao local e não constataram nenhum tipo de mancha de óleo.
Navio da Modec Petróleo, responsável pelovazamento de óleo ocorrido na sexta-feira (16)
O delegado Fábio Scliar, responsável pela Delegacia de Meio de Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal (Delemaph), também acompanhou o sobrevoo. Ele disse não instaurou um inquérito para investigar o vazamento, já que ainda depende dos laudos da Petrobras.
“É preciso estabelecer o nexo de causalidade. É preciso saber se a mancha é proveniente do navio mesmo. No decorrer do caso, pode ser que tripulantes do navio sejam intimados a prestar depoimento, para que eu saiba a versão deles para o fato”, explicou o delegado.
APA na Ilha Grande
Após o episódio, Carlos Minc ressaltou a importância da criação da Área de Proteção Ambiental marinha da Baía da Ilha Grande, com regras mais fortes de fiscalização e de controle das atividades econômicas na região. A expectativa do secretário é que o decreto estadual criando a área de proteção seja assinado até o final de janeiro de 2012.
“Não queremos engessar a economia da região, mas o crescimento de algumas atividades, como a do petróleo, não pode inviabilizar outras atividades importantes, como o turismo e a pesca, e a preservação de espécies marinhas, como a dos golfinhos”, falou o secretário.




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