Mancha foi vista na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, litoral do RJ.
Empresa de petróleo faz remoção de mancha e de óleo em mar.
Em dois sobrevoos realizados neste domingo (18), técnicos da Secretaria estadual do Ambiente constataram a presença de uma mancha de pequena extensão, na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, no litoral Sul Fluminense.
O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez (Cenpes), da Petrobras, coletou uma amostra do material para analisar se a mancha é proveniente do vazamento de óleo de um navio da empresa Modec Serviços de Petróleo do Brasil.
Na sexta-feira (16), um navio da companhia foi responsável pelo vazamento de 10 mil litros de óleo nas proximidades da Ilha Grande, em Angra dos Reis. No sábado, a Secretaria do Meio Ambiente já havia informado que o vazamento estava controlado.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou neste domingo que a Modec “foi instada” a limpar imediatamente as áreas da praia e costão da Praia do Bonfim. A Modec informou ao G1 que atendeu a solicitação do governo, mesmo sem o laudo do Cenpes. A empresa afirmou ainda que contratou sete embarcações para remover o óleo encontrado no mar. Segundo a Modec, a dispersão das manchas é feita com a técnica de jateamento de água.
Multa de R$ 10 milhões
Óleo na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis
De acordo com Minc, caso seja comprovado que o óleo encontrado na Praia do Bonfim seja proveniente do navio da Modec, a empresa receberá uma multa ainda maior pelo estrago. No sábado (17), o Instituto estadual do Ambiente (Inea) havia estimado uma multa no valor inicial de R$ 10 milhões contra a Modec.
O Inea aguarda o relatório da Capitania dos Portos sobre as causas do acidente e o volume vazado para definir o valor final da multa.
A Secretaria disse que do vazamento ocorrido na sexta-feira, ainda restavam neste domingo, duas pequenas manchas de óleo. O navio Cidade de São Paulo, da Modec, seguia para o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, para ser adaptado e transformado em navio-plataforma, para operar em atividades de extração de petróleo na Bacia de Campos, no Norte Fluminense.
Mancha na Ilha dos Porcos
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse que durante o sobrevoo percebeu duas manchas, com larguras entre 150 e 200 metros, próximo à Ilha dos Porcos, em Angra dos Reis. O local, segundo o Inea, é de propriedade do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. No entanto, a Modec explicou que navios da companhia foram ao local e não constataram nenhum tipo de mancha de óleo.
Navio da Modec Petróleo, responsável pelovazamento de óleo ocorrido na sexta-feira (16)
O delegado Fábio Scliar, responsável pela Delegacia de Meio de Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal (Delemaph), também acompanhou o sobrevoo. Ele disse não instaurou um inquérito para investigar o vazamento, já que ainda depende dos laudos da Petrobras.
“É preciso estabelecer o nexo de causalidade. É preciso saber se a mancha é proveniente do navio mesmo. No decorrer do caso, pode ser que tripulantes do navio sejam intimados a prestar depoimento, para que eu saiba a versão deles para o fato”, explicou o delegado.
APA na Ilha Grande
Após o episódio, Carlos Minc ressaltou a importância da criação da Área de Proteção Ambiental marinha da Baía da Ilha Grande, com regras mais fortes de fiscalização e de controle das atividades econômicas na região. A expectativa do secretário é que o decreto estadual criando a área de proteção seja assinado até o final de janeiro de 2012.
“Não queremos engessar a economia da região, mas o crescimento de algumas atividades, como a do petróleo, não pode inviabilizar outras atividades importantes, como o turismo e a pesca, e a preservação de espécies marinhas, como a dos golfinhos”, falou o secretário.
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