São Paulo, SP… [ASN] O número de crianças e adolescentes adeptos ao consumismo tem aumentado consideravelmente. A escolha da alimentação, do imóvel, do roteiro turístico e até do automóvel deixou de ser uma preocupação reservada apenas aos adultos. Hoje esta realidade está inserida no contexto infantil. Dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – mostram que 80% das decisões de compra de uma família brasileira sofrem influência infantil. A fim de trabalhar os valores na infância e contribuir com o desenvolvimento e a formação saudável dos pequenos foi realizado no dia 15 de março o IV Encontro de Psicologia realizado no ECOE – Espaço Comunidade Esperança em parceria com o SEPSI –Serviço de Psicologia.
“Consumismo Infantil: um problema que desafia pais e professores” foi o tema ministrado pela psicóloga e publicitária Maria Helena Masquetti, integrante do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana – uma organização sem fins lucrativos que atende crianças de São Paulo.
Durante o encontro pais, educadores e psicólogos compartilharam ideias e informações voltadas à indução da publicidade infantil e os efeitos causados pelo consumo desnecessário. “A propaganda acaba comprometendo os valores da garotada. Segundo uma pesquisa americana trinta segundos são suficientes para uma marca influenciar uma criança. Ainda mais quando os produtos e serviços são associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas”, afirma Maria Helena.
A televisão foi citada como principal instrumento persuasivo que induz as crianças a sentirem a necessidade de adquirir um brinquedo novo ou a roupa da moda. De acordo com dados do Painel Nacional de Televisão do Ibope, o Brasil é o país em que as crianças gastam mais tempo assistindo televisão, cerca de 5 horas.
Para a publicitária Masquetti as consequências das propagandas para as crianças são diversas: obesidade infantil decorrente de maus hábitos alimentares; violência acometida contra a família e sociedade para adquirir o que deseja; consumo de álcool por conta do incentivo dos comerciais de cerveja e o estresse familiar causado pela insistência da criança em adquirir determinado produto.
Inúmeras são as ações que podem ser usadas no combate ao consumismo infantil. Para o funcionário público Sal Young, pai de um menino de 7 anos e uma menina com 4 anos, “o melhor é ter uma relação aberta com filhos”, declara. Além disso, algumas medidas podem ser tomadas para ajudar a criança a aproveitar essa fase: o consumo consciente deve ser uma prática ensinada pelos adultos; evitar dar presentes para substituir o afeto e compensar a ausência; quando for necessário, dizer “não” à criança com firmeza e confiança; reforçar e apoiar comportamentos saudáveis; incentivar as crianças com brincadeiras criativas e coletivas; abolir a ideia de deixar o aparelho de TV ou computadores no quarto e acompanhar o conteúdo do que as crianças estão assistindo e acessando; reservar um tempo para passeios em família em meio à natureza; e incentivar a alimentação saudável. [Equipe ASN - Danúbia França]
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