Abelhas-rainhas ou fadas madrinhas?
Estudo desfaz alguns mitos sobre as chefes mulheresA imagem da chefe tirana e intolerante, que faz de tudo para sabotar seus jovens aprendizes, encarnada à perfeição na personagem Miranda Priestly, a quase cruel editora de moda da Vogue americana retratada em “O diabo veste Prada” está com os dias contados.
Segundo uma pesquisa da Catalyst, organização não-governamental que incentiva a liderança feminina em empresas, as mulheres que chegaram a cargos de liderança tendem a ajudar outras mulheres.
De acordo com a ONG, 65% das mulheres que receberam apoio na construção de suas carreiras tendem a apoiar novos talentos, em comparação com 56% dos homens, 73% delas se envolvem diretamente com a formação de outras mulheres, contra 30% dos homens e 64% das executivas sêniores estão trabalhando na formação de jovens.
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A presidente e CEO da Catalyst, Ilene H. Lang apelidou-as de “fadas madrinhas”. No limite, são mentoras ou tutoras que se envolvem na carreira de seus protegidos, tirando dúvidas, oferecendo suporte, abrindo portas e colaborando no networking, por exemplo. Mas também são 'fadas-madrinhas' mulheres que servem como modelo e inspiração.
"As ‘fadas-madrinhas’ são motivadas por gratidão, tanto quanto por espírito de liderança”, Ilene, conta. E pinça duas citações de participantes do estudo que a impressionaram:
“Recebi tanta ajuda na minha carreira que eu quis repassar isso para alguém” e “O projeto que fulana me ajudou a desenvolver foi tão bem sucedido que, por conta da visibilidade que conseguimos, pude promover várias pessoas no departamento”.
“Essas mulheres estão promovendo mudanças no ambiente de trabalho, por meio da construção de um círculo virtuoso de ajuda”, acredita Lang.
A pesquisa acompanhou o desenvolvimento profissional de 742 estudantes de MBA com alto potencial, tanto homens quanto mulheres, em diferentes áreas, entre os anos de 2008 e 2010. Os participantes foram questionados sobre quanta ajuda haviam recebido em suas carreiras ao longo dos anos, incluindo tutores informais e aconselhamento institucionalizado e sobre o quanto eles mesmo ajudavam outras pessoas a se desenvolverem profissionalmente. .
O estudo, High Potentials In The Pipeline: Leaders Pay It Forward (Construção de talentos: líderes ajudam a formar líderes, numa tradução livre da expressão em inglês), mostrou que os jovens que haviam recebido ajuda em suas carreiras tendiam a retribuir essa ajuda envolvendo-se, eles também, na formação de outros.
Um dado colateral da pesquisa da Catalist, mas igualmente importante, apareceu quando os pesquisadores perceberam que os executivos, homens ou mulheres, que promoviam o desenvolvimento de jovens acabavam ganhando mais do que aqueles que não se comprometiam dessa forma, ou seja, o modelo 'fada-madrinha' seria um exemplo de situação 'ganha-ganha' onde todos saem beneficiados.
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