sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Aula de sobrevivência na água garante segurança infantil



Com dias de praia e piscina em vista, pais e filhos devem evitar o perigo do afogamento. Saiba que precauções tomar
Socorro!” Do meio da piscina de uma academia em São Paulo, uma criança grita por ajuda. Mas não há motivos para se preocupar: ela participa de uma aula de sobrevivência na água e simula uma situação de perigo ao lado dos instrutores. O objetivo é conscientizar as crianças e seus pais dos cuidados a serem tomados perto de piscinas, praias e lagos, locais frequentemente visitados com a proximidade do verão.
Crianças fazem aula de sobrevivência na água em academia em São Paulo
Para a mãe e fonoaudióloga Débora Costa, de 27 anos, saber “se virar” na água é o mais importante para a filha, Daniela, de seis anos. “Ela mostrava bastante medo de água quando era mais nova, mas agora já se adaptou e uma aula de sobrevivência vale a pena para não correr perigos”, diz.
Saber nadar é importante. Mas segundo Marcelo Augusto Lopes, coordenador de natação da Competition, academia onde aconteceu a aula, “trabalhar a questão da sobrevivência de forma lúdica já coloca (as crianças) perto da realidade e as deixa mais preparadas”.
Divididas por faixa etária, as crianças colocaram coletes salva-vidas e participaram de atividades de simulação de acidentes. Elas atravessaram a água segurando uma corda, caíram dos botes e nadaram de volta para a borda da piscina. Tudo para aprender como agir em situações reais de perigo.
Elizângela e a filha Daniela: vivência da simulação de risco ajuda crianças a se familiarizar com salvamento
Apostando nisso, a personal trainer Elizângela Regina Dessoni, de 29 anos, levou a filha Daniela, de três anos e meio, para a aula. “Se tivermos algum imprevisto, ela já terá tido uma vivência e ficará mais fácil lidar com uma situação de perigo”.
Supervisão constante
Além de treinar como reagir diante de um acidente real, a criança deve aprender o significado dos avisos de segurança encontrados nas piscinas e praias – a bandeirinha vermelha, por exemplo, é sinal de perigo. E nunca deve nadar sozinha. “Na piscina ou no mar, elas devem ser sempre supervisionadas por um adulto”, diz Marcelo.
O afogamento é a segunda causa de morte entre crianças até 14 anos, tanto dentro como fora de casa. Por isso, a supervisão é imprescindível. “Fora de casa, recomendamos que, além de aprender a nadar desde cedo, as crianças usem coletes salva-vidas”, diz Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura. E atenção: são coletes, não boias de braço. Segundo Lia, as boias não garantem segurança e só os coletes podem de fato evitar fatalidades.
Mesmo quando a criança já sabe nadar, nem sempre a avaliação infantil do risco é adequada. “A água é rápida e silenciosa”, diz Lia. O velho dito ‘água no umbigo é sinal de perigo’, portanto, continua valendo.
Instrutores orientam crianças: uso de coletes e supervisão constante de adulto são fundamentais
1. Saltar por cima de outros nadadores pode ser divertido, mas é muito perigoso. Não se arrisque e oriente seu filho.
2. Nunca deixe seu filho sozinho, seja na piscina ou no mar. Caso não queira entrar na água, observe-o o tempo inteiro.
3. Não se deve mergulhar sem saber a profundidade do local.
4. Ensine às crianças o significado das placas de segurança. Além disso, elas devem sempre saber onde está o salva-vidas do local, caso precisem pedir socorro.
5. Evite nadar após o almoço. 84% dos afogamentos ocorrem por distração do adulto neste período*.
6. Não deixe seu filho nadar perto de pedras, píeres e embarcações.
7. Lembre-se que água no umbigo é realmente sinal de perigo. A água na altura da cintura sinaliza o limite de profundidade para a criança.
8. Tome cuidado com objetos flutuantes, como boias e pranchas.
9. Cuidado com brincadeiras de mau gosto e apostas: boa parte dos acidentes começam aí.



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