quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Filmes induzem adolescentes a fumar, diz novo estudo

Jovens que assistem a filmes com personagens fumantes têm mais chance de fumar

Os especialistas da Universidade de Bristol defendem mudanças na classificação dos filmes, impedindo que jovens com menos de 18 anos possam ser expostos a cenas que contenham alguém fumando.
O estudo, publicado na revista científica Thorax, entrevistou 5 mil jovens de 15 anos de idade e analisou sua exposição a 360 sucessos de bilheteria americanos lançados entre 2001 e 2005, como Homem-Aranha, Bridget Jones e Matrix, que mostram pessoas fumando.
De acordo com os resultados, os adolescentes que veem mais filmes com cenas com fumantes têm 73% mais chance de experimentar um cigarro e 50% mais chance de se tornar fumantes que aqueles menos expostos.
Sabendo que outros fatores influenciam a decisão de começar a fumar, como se os pais e amigos do jovem fumam, os pesquisadores também reuniram informações sobre a vida dos adolescentes.
Mesmo controlando essas variáveis, eles concluíram que aqueles expostos a cenas deste tipo tinham uma chance 32% maior de experimentar um cigarro.
"Verificamos uma ligação linear entre o fumo na adolescência e o número de filmes vistos que tinham cenas com fumantes. Mais da metade dos filmes apresentados na Grã-Bretanha tem classificação de 15 anos ou menos, então as crianças e jovens estão claramente expostos", disse a líder da pesquisa, Andrea Waylen. Segundo ela, uma classificação de 18 anos para estes filmes diminuiria o número de fumantes jovens.
Wolwerine é um dos poucos heróis do cinema que ainda demonstram apreço pelo tabagismo
A recomendação já foi feita pelo Centro Britânico de Estudos para o Controle do Tabaco ao órgão responsável pela classificação de filmes no país, alegando que crianças precisam ser protegidas de "imagens especialmente sugestivas".
Mas grupos de defesa do fumo discordam. "A ideia de que filmes precisam ser reclassificados para criar um mundo utópico, sem fumaça, para crianças mais velhas não só é intolerante, como é completamente desnecessária", diz Simon Clark, diretor do grupo de fumantes Forest.
"Hoje, é difícil achar um personagem principal que fume em qualquer filme com as dez maiores bilheterias. O que virá depois disso? Será que o governo deve reclassificar filmes que mostram pessoas gordas também, caso eles possam vir a ser maus exemplos?"
"Nós vamos ao cinema para escapar do Estado controlador. A indústria contra o tabaco deveria nos deixar em paz e levar sua agenda autoritária para outro lugar."



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