O playboy Jorginho Guinle, grande personagem carioca, morreu em 2004. Partiu desta (dificilmente) pra melhor já que ele achava que o melhor estava por aqui mesmo. De certa forma, isso pode fazer algum sentido, já que a vida atendeu a todos os seus desejos: era conhecido, bajulado, rico, querido… Namorou as mulheres que quis (Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Ava Gadner….), gastou o que quis e nunca trabalhou – também porque quis, propostas não faltaram. Grande parte de sua trajetória foi em festas inacreditáveis, viagens incríveis, presentes valiosos etc. e tal. E, por muitos anos morou no Copacabana Palace, hotel de sua família. Herdou R$ 100 milhões, sem falar em outros bens, digamos assim.
Contrastando com tudo isso, seu filho mais jovem, Gabriel, atualmente com 26 anos, é agente penitenciário em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio, onde trabalha tanto que, na última confraternização da sua família, no Copa, dia 7 de agosto (que caiu num domingo), ele não pôde participar porque estava de plantão no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca. Gabriel costuma trabalhar 24 horas seguidas, descansar 48, trabalhar 24, descansar 48, e assim segue – esse é o ritmo normal em sua profissão, por ser muito desgastante. Não há uma só pessoa que não o elogie – um parente, que não quer o nome divulgado, diz que, além de ter um humor britânico, ele é um grande pacificador e gerenciador de conflitos; talvez, por isso mesmo, tenha escolhido essa profissão.
Gabriel, de olhos tão calmos quanto azuis, trabalha em Campos, mas mora no Rio, em Copacabana, dividindo com a mãe, Maria Helena, e a avó, Helena, um apartamento de mais ou menos 100m. Seu dia a dia é um eterno vaivém entre as duas cidades. Quem tentar descobrir qualquer tipo de revolta em seu espírito, por exemplo, por seu pai ter detonado dinheiro a vida toda, nunca ter trabalhado um dia sequer nem deixado herança, não vai encontrar, de jeito nenhum. Ele é muito orgulhoso do Jorginho, tanto que tatuou em letras grandes o nome dele no braço esquerdo. Discretíssimo, uma das coisas que adora é, vez por outra, ir a um restaurante japonês…
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