A Bélgica está em luto pelas mortes de 28 pessoas, sendo 22 crianças, em um acidente de ônibus na Suíça. Autoridades suíças disseram que entre os mortos estão sete holandeses. Dentre os feridos há três holandeses, um polonês e um alemão.
Foto: Reuters
Ex-aluna chega à escola na Bélgica onde estudavam vítimas de acidente de ônibus na Suíça
O veículo que levava 52 pessoas de volta à Bélgica depois de uma viagem para esquiar, bateu contra a parede de um túnel na terça-feira. Algumas das crianças feridas foram transportadas por oito helicópteros para hospitais em Sion, Lausanne e Berna.
O primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, classificou a quarta-feira de hoje como “um dia negro para todos os belgas”. O rei Albert expressou seus sentimentos para “todas as vítimas e suas famílias”.
O acidente com ônibus aconteceu depois das 21h na terça-feira em Sierre, região suíça de Valais, próximo à fronteira com a Itália. O Ministério das Relações Exteriores belga disse que a maioria das crianças tinha menos de 12 anos, e o ônibus era um dos três que levavam o grupo cristão. Os outros dois chegaram a salvo na Bélgica.
O grupo de crianças passou uma semana nos Alpes Suíços esquiando em Val d'Anniviers. As vítimas do acidente eram da escola primária Stekske, em Lommel, próximo à fronteira com a Holanda, e de St. Lambertus, em Heverlle, próximo a Leuven. Segundo o Ministério das Relações Exteriores holandês, dez das crianças que viajavam no ônibus eram holandesas, mas todas viviam na Bélgica.
Segundo a imprensa belga, muitas das crianças estão em condições críticas e o número de mortos pode subir.
Na manhã de quarta-feira, pais dos alunos foram à escola St Lambertus, onde professores divulgaram os nomes das crianças que estavam, com certeza, vivas. Muitos dos pais, no entanto, tinham certeza sobre a situação de seus filhos.
“Pais que que sabem que seu filho está vivo estão aliviados, mas para os outros a situação é terrível”, disse o padre Dirk De Gendt. Do lado de fora da escola Lommel, o bispo local Patrick Hoogmartens disse que as famílias estão se sentindo impotentes. “Nenhum dos pais sabem o que aconteceu exatamente, se seus filhos foram ou não atingidos”
O governo belga disponibilizou dois aviões para que parentes dos alunos voassem para a Suíça nesta quarta-feira.
Segundo o ministro de Transportes belga, Melchior Wathelet, a companhia que levava os alunos, a Toptours, tem “uma excelente reputação”. “Os motoristas chegaram uma noite antes e descansaram durante todo o dia antes da partida. Parece que as leis de transito e os períodos de descanso foram respeitados”, disse. Ambos os motoristas morreram no acidente.
De acordo com um procurador suíço, o ônibus não estava em alta velocidade no momento do acidente. O limite de velocidade dentro do túnel é de 100km/h.
Diário
A viagem era aguardada com expectativa pelas crianças. Caminhada noturna iluminada por tocha, jantares com ravióli e almôndegas, passeios de funicular e conhecer um cassino foram algumas das atividades da semana passada dentro do roteiro da viagem classificada como “megalegal” pelos alunos.
O divertimento, no entanto, tornou-se trágico na terça-feira quando o acidente ocorreu. Entre os mortos está o “professor Frank”, que mantinha um blog escrito em holandês para atualizar parentes e amigos das crianças sobre as atividades da viagem.
“Este é nosso primeiro post. A viagem de ônibus foi muito tranquila. Havia pouco transito. Assistimos ao filme ‘Avatar’ e ninguém se sentiu mal durante a subida até os alpes”, escreveu o professor Frank Van Kerckhove.
Nos dias seguintes, os pequenos postaram sobre as férias com alegria no blog idealizado pelo professor. “Nesta tarde, tomamos sopa e comemos ravióli. Muito gostoso”, escreveu uma garota no dia 6 de março.
Pais dos estudantes ficaram felizes com a ideia de Frank sobre o site para mantê-los atualizados.
“O blog era incrível. Havia muitas fotos lindas”, disse Anne De Roo, cujos filhos estudaram na escola. O destino de seu sobrinho, pós-acidente, ainda é incerto. “Ele sempre nos dava notícias sobre o que acontecia, a programação do dia”, contou sobre o professor. “E suas últimas palavras foram ‘Vemos vocês na volta, em breve’”.
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