domingo, 18 de março de 2012

Guia de bolsa para a mulher sozinha

Dicas e ideias para ter à mão na hora de lidar com os embaraços e saias justas da vida de quem mora sozinha

Foto: Thinkstock/Getty Images Ampliar
Morar sozinha exige um certo planejamento, imaginação e um guia de bolsa para resolver aquelas saias justas da vida solo
Tom Jobim disse: é impossível ser feliz sozinho. Mas hoje talvez ele precisasse refazer o verso. O número de pessoas morando sozinhas não para de crescer. No Brasil, o grupo mais do que triplicou em 20 anos e hoje já soma 2,4 milhões de pessoas, entre homens e mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E, ao contrário do que o poeta temia, parecem curtir a própria companhia.

A advogada Maria Luísa Magalhães de Noronha, 32 anos, por exemplo, adora ser livre para conhecer pessoas, lugares e fazer tudo o que tem vontade sem precisar da anuência ou permissão de ninguém. A não ser dela mesma e do seu orçamento.

Só que mesmo a mais independente das mulheres tem que lançar mão de algumas estratégias e de um certo planejamento para não ficar tão à mercê das surpresas (boas ou nem tanto) do destino.

Confira nosso miniguia de bolsa com conselhos e sugestões para você sair de saias justas sem desespero e com elegância.

Fora de casa

Previna-se contra emergências e relaxe. Tenha no seu celular uma listinha SOS, com o telefone da portaria, do zelador e do síndico do prédio para uma emergência. Deixe a chave de casa com uma pessoa conhecida, de confiança e que, de preferência, more perto, caso precise de um socorro ou perca sua chave.
Telefones de alguns vizinhos legais é sempre bom ter, mas não seja abusada! “Deixe para chamar apenas quando realmente for necessário”, recomenda A personal organizer Juliana Faria. Outros telefones úteis para ter na porta da geladeira: farmácia com plantão noturno, padaria, ponto de táxi, hospital, lavanderia, sapataria e costureira. Se você tiver um animal de estimação, marque também o número do veterinário e do pet shop.

Quem disse que ir a um restaurante sozinha é constrangedor? Desde que os smartphones invadiram o mundo, ninguém nunca mais ficou sozinho. Nem mesmo naquele jantar que tinha tudo para ser solitário. Enquanto você espera a comida, aproveite para navegar, dar uma olhadinha nas redes sociais e até fazer uma invejinha para os amigos, comentando sobre o prato e o vinho deliciosos que está saboreando. “O celular virou uma companhia”, afirma a consultora de imagem e etiqueta Ana Vaz.

Arrume um ‘amigo gay’. Não é coisa de novela, não, e nem precisa ser gay, pode ser um primo, um irmão, um amigo de infância, mas é bom poder contar com alguém do sexo masculino que esteja completamente blindado contra seduções (se não você nunca vai ficar realmente à vontade com ele). Alguém que aguente ver você beijando um outro homem, que eventualmente cuide de você naquelas horas em que o salto do sapato quebra e você quebra junto e que diga que você é linda de um jeito que só os homens (gays ou não) conseguem dizer. Alguém para você entrar num casamento com elegância, para ‘fazer social’ com você naquela reunião de negócios, alguém que seja a melhor companhia do mundo!

Crie uma estratégia para conhecer pessoas novas ou novos amores. Para Maria Luísa não vai ser no cinema, teatro nem em outros programas culturais que você vai encontrar um novo amor. Os melhores terrenos para uma azaração são os bares, baladas e programas esportivos, que estão super em alta. “Por incrível que pareça, é preciso achar no meio da balada aquele cara que está no museu e no teatro. Porque no museu e no teatro, o approach é muuuito raro. Então, pode ser que você dê sorte. Mas aumente suas chances filtrando na noite. Você não tem ideia do que pode acontecer num balcão de bar na balada que não pode acontecer num salão de museu”. O professor Sam Sommers, autor do livro Situations Matter (A importância do contexto, numa tradução livre) sugere uma alternativa, caso baladas não sejam o seu forte. Para ele, “encontrar as pessoas com regularidade aumenta o apelo e facilita a aproximação”, portanto, capriche quando sair do apartamento e for pegar o elevador e olhe ao redor ao comprar um pãozinho na padaria.

 Dentro de casa

Planeje suas refeições para não arranjar desculpas e se entupir de ‘porcaria’ Poucas coisas parecem tão complicadas para uma mulher sozinha quanto administrar refeições. Cozinhar para uma única pessoa dá uma preguicinha... Haja resistência para não cair de boca naquele pacote de bolacha guardado no armário. Para evitar que isso aconteça, você vai precisar de um pouco de planejamento semanal. Monte um cardápio para uma semana e coloque na lista alimentos saudáveis e fáceis de fazer. “De preferência, antecipe o seu jantar antes de sair para trabalhar, assim, quando chegar, a refeição ficará pronta mais rapidamente”, ensina a personal organizer Juliana Faria.

No supermercado, opte por porções pequenas de frutas e verduras e convide uma amiga para dividir a compra de itens maiores, como limpeza e higiene. Aliás, os supermercados estão cheios de itens para você que é solteira, como caixinhas com apenas seis ovos, pão de forma em mini embalagens e arroz em saquinhos individuais. Ponha no carrinho ingredientes fáceis de combinar e que ajudem você a improvisar: como massa integral de pizza para frigideira, creme de ricota, queijo branco, mussarela light, peito de peru, polpas de fruta como acerola, abacaxi e maracujá. Detesta cozinhas? A blogueira Cristiane Prezotto aponta uma saída ‘honrosa’: “Procure uma dessas casas que vendem refeições individuais congeladas, do tipo que você coloca no forno ou no micro-ondas e pronto. Comer em restaurantes self service é outra boa alternativa”, diz. 
 

Invista em eletrodomésticos modernos, silenciosos e pequenos. Geladeira, micro-ondas, máquina de lavar, sanduicheiras e fornos elétricos são itens que não podem faltar na vida de uma mulher sozinha. As sanduicheiras são legais para fazer queijo coalho, filé de frango ou carne, legumes grelhados ou sanduíches de queijo branco com pão integral, por exemplo. No forno elétrico você prepara empanados de frango ou esquenta rapidinho aquele pedaço de pizza ou torta. Seja esperta e escolha os modelos menores, são mais fáceis para limpar e levam menos tempo para preparar os alimentos, além de serem mais adequados ao tamanho da sua casa e, eventualmente, do seu bolso.

Estar só

Crie uma rede de resgate. Bateu a solidão? Consulte sua “rede de resgate”, aquelas pessoas com quem você sabe que pode contar a qualquer hora do dia ou da noite, sua melhor amiga, sua mãe, irmã, aquele amigo que deixa você super à vontade...

Cultive pequenos grandes prazeres. Descubra alguma coisa que dê prazer, como ler, tirar fotografias, fazer artesanato ou cuidar do seu bichinho de estimação ou de uma dúzia de orquídeas penduradas na janela. Não tem um pet? Adote um. Na internet você encontra sites de ONGs que doam animais. Além de levar pra casa um mascote fofinho, você ainda faz uma boa ação e pode fazer novos amigos!

Aproveite sem receios, você vive na era da internet, graças a Deus! Distraia-se nas redes sociais, salas de chats e com jogos online. Comece a escrever um blog, pesquise sobre seu assunto favorito, entre em contato com autores que você ama. Pegue seu tablet e procure pelos seus amigos. Com os serviços de geolocalização você encontra sua turma rapidinho!

Não fique esperando que alguém tire você da fossa. Faça você mesma! “Não fico curtindo a solidão e me lamentando, porque ninguém quer gente triste e chorona por perto”, diz a jornalista Andréa Mesquita, 40 anos, que dá cinco dicas para driblar a solidão: cinema (assistir a um filme sozinha pode fazer milagres); ligar para alguém com quem faz tempo que não conversa (não para se lamentar, e sim para matar as saudades); ler (leitura é uma enorme terapia); sair da dieta e comer o que tem vontade pelo menos nesse momento (uma barra de chocolate faz uma revolução quando você está sozinha) e dar uma volta no shopping (pode parecer fútil, clichê ou coisa de novela, mas comprar alivia a solidão). Mas cuidado: se estiver triste demais, evite, porque pode gastar além do que você pode.

Segurança é problema seu. Lembre-se, você não é a Mulher Maravilha. Por isso, fique sempre atenta à segurança. “Por ser fisicamente menos forte, a mulher se torna uma presa mais fácil para a violência, em todos os sentidos. Mantenha a sua integridade física com uma postura firme e cuidadosa”, orienta a consultora de etiqueta Ana Vaz.

Algumas recomendações básicas:
- Confie na sua intuição. Os especialistas em segurança são unânimes nisso. Se 'alguma coisa não cheira bem', respeite essa 'sensação' e dê um tempo. Gavin de Becker, um desses estudiosos do assunto, em seu livro The Gift of Fear, ensina que em quase todos os casos de violência, a vítima percebeu que alguma coisa estava errada e não deu ouvidos. Pelo sim pelo não, sentiu um arrepio ao pensar em como ele é muito grudento ou passou pela sua cabeça como é esquisito ele não aceitar seu 'não', respeite e afaste-se um pouco para entender melhor a situação, troque ideias com os amigos, peça um tempo.

- Nunca beba a ponto de perder a consciência ou o controle dos seus atos.

- Combine com seus amigos e criem juntos o hábito de fazer um check-in informando onde cada um vai e avisando que voltaram sãos e salvos para casa. Não precisa nem ser por telefone, SMS são alternativas até menos invasivas.

- Não saia por aí falando para todo mundo que mora sozinha.

- Não leve estranhos para sua casa. Se não tiver jeito, mantenha um amigo ou amiga ciente dos seus planos.

- E não custa nada andar sempre com o celular carregado e recorrer aos serviços daquele taxista de confiança, combinado?!

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