domingo, 18 de março de 2012

Esgotamento no trabalho ligado ao consumo emocional de comida

Pesquisa mostrou que mulheres nessa situação eram mais propensas a comer de forma descontrolada

Foto: Getty Images Ampliar
Comer compulsivo: em mulheres hábito foi ligado ao estresse no trabalho

Mulheres que estão exauridas com seus trabalhos – uma condição chamada de burnout pelos especialistas em estresse – podem ser mais propensas a recorrer à comida como uma forma de conforto, de acordo com um recente estudo finlandês.

O estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, constatou que aquelas que relataram sofrer de burnout no trabalho também são mais propensas ao “comer emocional”, ou seja, comer quando está estressada, ansiosa ou para baixo, em vez de apenas com fome.

Além disso, as mulheres avaliadas na pesquisa também comiam mais de forma descontrolada – tinham a sensação de que estavam sempre com fome ou de que não podiam parar de comer até que toda a comida tivesse acabado.

“Pessoas com burnout são mais vulneráveis à compulsão e à alimentação descontrolada e têm uma capacidade limitada de fazer mudanças no próprio comportamento alimentar”, escreveu Nina Nevanpera do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, que liderou o estudo.

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As conclusões se baseiam em 230 mulheres com idades entre 30 e 55 anos, que fizeram parte de um ensaio clínico que avaliava mudanças saudáveis no estilo de vida. Todas estavam empregadas e, no início do estudo, responderam a questionários sobre burnout no trabalho e hábitos alimentares. Entre as avaliadas, 22% apresentaram algum grau de burnout no trabalho. Como grupo, elas pontuaram mais nas escalas de “comer emocional” e de alimentação descontrolada.

Além disso, as mulheres que não tinham burnout no trabalho no início do estudo tenderam a reduzir a alimentação descontrolada durante um ano. Mas, em média, o grupo que tinha burnout não conseguiu fazer essa mudança.

“O trabalho permeia nossas vidas”, disse Sherry Pagoto, professora-associada da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts. “As pessoas podem estar em um trabalho onde são infelizes, ou em um casamento em que eles são infelizes, e comer pode se tornar um dos poucos prazeres em suas vidas”, acrescentou Pagoto, que não esteve envolvida no estudo.

Não houve efeito óbvio de burnout no peso das mulheres, no entanto. No início, metade das que reportaram o esgotamento no trabalho tinham peso normal – em comparação com um terço das mulheres que referiram não ter burnout.

Uma razão para explicar isso pode ser a educação, Nevanpera disse. Mulheres com burnout no trabalho, em geral têm um maior nível de educação, e mais educação, por sua vez, está ligada a um peso menor.

Ainda assim, acrescentou ela, o “comer emocional” é um fator de risco potencial para se tornar obesa no futuro. E isso não é particularmente saudável, já que pessoas estressadas têm mais probabilidade comer um chocolate do que uma maçã quando estão ansiosas.

Quando as pessoas não estão acima do peso, o “comer emocional” não é uma boa idéia, disse ela. “É o reforço de um hábito não saudável.”

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