Pesquisadora Maddy Dychtwald e socióloga Rosiska de Oliveira discutem os benefícios da ascensão feminina para a sociedade
Foto: Thinkstock Ao assumirem empresas, mulheres tendem a se preocupar com questões como um melhor aproveitamento do tempo “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”, escreve George Orwell no livro “A Revolução dos Bichos”, que narra as disputas internas e os desafios que um grupo de animais muito diferentes uns dos outros precisa enfrentar para se livrar do poder dos humanos. Similarmente, o raciocínio recorrente ao longo da história de que os homens teriam maior destreza para comandar e ditar as regras e que poderiam fazê-lo sozinhos enfraquece a cada dia.
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Ao assumirem empresas, mulheres tendem a se preocupar com questões como um melhor aproveitamento do tempo
É com a diversidade de gêneros que a sociedade parece prosperar.
Em 2010, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou um trabalho reunindo estudos feitos ao longo dos cinco anos anteriores. Com o título de “Why Diversity Matters”, algo como “Por que a diversidade é importante”, em tradução livre, o levantamento traz constatações importantes relativas à diversidade de gêneros.
Empresas com mais mulheres, seja em altos postos ou não, crescem mais em menos tempo. Grupos mistos tendem a criar soluções melhores e mais criativas para problemas de liderança. Grupos mais diversificados e plurais apresentam melhores resultados do que aqueles compostos por pessoas de um mesmo sexo, ainda que de alto QI.
Fazer um levantamento dessas contribuições foi o desafio que as norte-americanas Maddy Dychtwald e Christine Larson resolveram enfrentar no livro “O Poder Econômico das Mulheres” (Editora Campus/Elsevier), lançado em 2011. As autoras percorreram os Estados Unidos mapeando o comportamento feminino em esferas como política, negócios e família e observando o que a ascensão feminina acrescenta para o mundo.
“Ao dizer para metade da população global que ela não pode participar de um ambiente com regras iguais para todos, não aproveitamos os melhores talentos para assumirem nossas lideranças”, discorre Maddy. Para ela, assim como para os pesquisadores do MIT, não se trata de substituir os homens pelas mulheres, mas, sim, de diversificar o debate. “São valores, características e pontos de vista diferentes que são colocados na mesma mesa”, diz.
Mulheres no poder tendem a trazer mudanças benéficas para a sociedade
Mulheres no papel de chefes de Estado não são uma novidade. Argentina, Austrália, Alemanha e, claro, o Brasil, são apenas alguns dos países hoje liderados por mulheres. Mas será que essas mulheres levam, de fato, novos ares para o meio político? A socióloga e autora de obras feministas respeitadas como “Elogio da Diferença” e “Reengenharia do Tempo”, Rosiska Darcy de Oliveira, acredita que sim.
Foto: Getty Images Alemanha, 4ª maior economia, está sob o comando de uma mulher: Angela Merkel “Quando assume o poder, a mulher fatalmente muda as regras do jogo”, diz, antes de explicar por que pode demorar um pouco para que se tenha uma perspectiva clara disso: “a experiência dessas mulheres no poder é muito recente. É na base de tentativa e erro. Em um primeiro momento, a tendência é copiar o que vêm sendo feito, até que elas adquiram
autonomia suficiente para promover mudanças”.
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Alemanha, 4ª maior economia, está sob o comando de uma mulher: Angela Merkel
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