Escravas, médicas, soldados; foram muitas as mulheres que, de uma forma ou de outra, ajudaram a construir a história do país
Por trás de uma sociedade extremamente machista há um histórico de participação crescente das mulheres na construção da identidade nacional brasileira. Transgressores, alguns ícones femininos foram e são essenciais para a pluralidade de ideias e pontos de vista, sempre desejáveis em qualquer civilização. Confira as histórias de algumas dessas mulheres:
Esposa do padeiro Francisco Pires, Felipa de Souza foi presa em 18 de dezembro de 1591, acusada de lesbianismo, durante visitação do Tribunal do Santo Império à colônia brasileira. Felipa confessou a atração por mulheres e foi condenada ao açoite público nas ruas de Salvador, seguido de degredo perpétuo da capitania. Pela humilhação que sofreu, a principal premiação de Direitos Humanos dos Homossexuais leva o nome de Felipa de Souza.Felipa
Escrava alforriada em 1753, Chica teve 13 filhos com o desembargador João Fernandes de Oliveira, que viera ao Brasil para extrair diamantes e foi quem lhe concedeu a liberdade. Além da liberdade, João garantiu a Chica da Silva segurança e prestígio social. Com a morte do companheiro, a ex-escrava seguiu em evidência, fazendo uso do dinheiro herdado na aquisição de propriedades e escravos.
Maria Quitéria se alistou no exército em Salvador, contra a vontade do pai. Inicialmente disfarçando-se de homem, sua identidade foi logo descoberta, o que fez com que ela fosse transferida para outro batalhão e acrescentassem um saiote a seu uniforme. Destacou-se pela bravura e destreza no manejo das armas, chegando a receber a honra de 1º cadete por volta de 1823, além de diversas homenagens. Hoje existe uma medalha militar que leva seu nome.
Valente e destemida, Anita Garibaldi seguiu, por amor, o italiano Giuseppe Garibaldi até o fim de sua vida. Ao lado do revolucionário, tomou parte da Farroupilha, que aconteceu entre 1835 e 1845. Depois de um curto período no Uruguai, quando a possibilidade do triunfo da República Rio-Grandense parecia pouco provável, Anita se mudou com Giuseppe e seus filhos para a Itália, onde o casal se envolveu nas batalhas pela unificação e emancipação do território italiano, então invadido por tropas francesas e austríacas. Ficou conhecida como “Heroína dos Dois Mundos”.
Filha de Dona Teresa Cristina e Dom Pedro II, a Princesa Isabel esteve no comando do país em três oportunidades entre 1871 e 1888. Foi durante uma de suas regências que foi sancionada a Lei do Ventre Livre, que declarava livres os filhos de mulheres escravas nascidos no Brasil, em 1871. Em 1888, durante outra regência da princesa, foi promulgada a Lei Áurea, que abolia a escravidão no Brasil. Com a instauração da República, em 1889, a princesa foi expulsa do país junto com sua família e foi morar no exílio, na França.
Rita Lobato-Primeira mulher brasileira a obter diploma de medicina, Rita passou pelas faculdades de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, onde se formou com distinção em 1887. Aos 70 anos, depois de abandonar a prática médica, foi eleita vereadora pela cidade de Rio Pardo.
Poetisa, jornalista e ativista política, Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, começou a escrever aos 15 anos para o Jornal do Brás. participou ativamente do movimento antropofágico encabeçado por Oswald de Andrade, em São Paulo, com quem teve um filho. Escreveu para diversos jornais brasileiros e trabalhou, inclusive, como correspondente internacional para diversos deles. Sempre da vanguarda esquerdista, Pagu aos poucos se afastou do Partido Comunista Brasileiro e, em 1950, concorreu a uma vaga de deputada estadual pelo Partido Socialista Brasileiro. Não foi eleita.
Dilma Rousseff -Primeira mulher a assumir a Presidência da República do Brasil, em 2010. No governo anterior, de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff havia ocupado a pasta de ministra-chefe da Casa Civil. Durante a Ditadura Militar, Dilma fora presa por conta de seus ideais políticos alinhados a ideais socialistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário