domingo, 18 de novembro de 2012

Dez pesquisas curiosas sobre pais e filhos


Você sabia que crianças nascidas no verão têm menos chances de ser CEOs e que meninas que andam de bicicleta tiram notas mais altas? Veja essas e outras pesquisas curiosas

Criatividade não é característica exclusiva de artistas, escritores ou comunicadores em geral. A cada ano que passa, com a divulgação de estudos e mais estudos científicos, fica evidente o jogo de cintura de alguns pesquisadores na escolha de assuntos para seus artigos acadêmicos. Selecionamos algumas das mais curiosas pesquisas sobre pais e filhos feitas recentemente em universidades e institutos pelo mundo.
Pesquisadores canadenses afirmam: bebês que nascem no verão têm menos chance de se tornarem CEOs. Foto: Thinkstock/Getty Images
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Bebês nascidos no verão têm menos chances de ser CEOs 
Vir ao mundo no calor ou no frio parece impactar no futuro profissional dos canadenses. Um estudo da escola de economia da Universidade da Colúmbia Britânica, realizado entre 1992 e 2009, mostrou que apenas 6,13% dos 375 CEOs das maiores empresas do Canadá nasceram em junho e meros 5,87%,em julho. Os nascidos em abril e março, por outro lado, representaram 12,53% e 10,67% dos CEOs, respectivamente - vale lembrar que as estações do ano são invertidas naquele país, se comparadas às do Brasil. Isso acontece, de acordo com os pesquisadores, devido aos aniversariantes do meio do ano serem sempre os mais jovens e imaturos da classe na época da escola e os dos meses de março e abril, mais velhos e amadurecidos. No Canadá, o ano letivo começa em setembro. Os resultados serão publicados na edição de dezembro do relatório “Economics Letters”.

Crianças que passam mais tempo em jardins com adultos têm maior facilidade de memorização 
Um passeio por jardins pode fazer maravilhas pelo armazenamento de informações no cérebro na primeira infância. Isso é o que concluiu um estudo realizado pela Universidade de New Hampshire (EUA), de 2008 a 2010, com 1410 crianças de dois a cinco anos de idade. De acordo com os pesquisadores, os pequenos que passaram pelo menos dez horas semanais com adultos em jardins ou parques conseguiram decorar novas palavras cinco vezes mais eficientemente que aqueles que estiveram nesse tipo de ambiente aberto por menos tempo no mesmo período. A razão, defendem, foi a exposição a estímulos visuais, como plantas e animais. A divulgação dos resultados aconteceu em agosto de 2011. 

Bebês que usam chupeta encontram mais dificuldade para fazer caretas 
Inicialmente, os pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) analisariam a relação entre o uso da chupeta e o apego dos bebês às mães. Nos primeiros dias, porém, perceberam que a maioria dos 220 pequenos mudava muito pouco o semblante. Resolveram alterar o foco do estudo e convocaram, para efeito comparativo, o mesmo número de bebês que não usassem o objeto. As suspeitas se confirmaram: todos aqueles que nunca haviam usado chupeta conseguiam franzir a testa, fazer bico e caretas quando estimulados, enquanto que entre os bebês iniciais – que faziam uso da chupeta - 52% apresentaram um repertório quase nulo de expressões, além de sorrir e fazer bico. O estudo foi feito de abril a outubro de 2011, com relatório lançado em abril de 2012, e contou com a participação de crianças com idades entre cinco a 11 meses.

Meninas que vão de bicicleta para a escola tiram notas mais altas 
Mente sã em corpo são. O velho ditado encontrou confirmação em um estudo da Avena - sigla em espanhol para Instituto de Medição da Alimentação e Nutrição dos Adolescentes Espanhóis - iniciado em 2002 e concluído em 2010. A pesquisa contou com a participação de 2860 garotas com idades entre 13 e 17 anos nas cidades de Granada, Madri, Murcia, Santander e Zaragoza. Das 1430 que usavam bicicleta para ir à escola, 83% obtiveram notas altas, A e B, em todas as disciplinas. Da outra metade, que chegava ao colégio de carro ou ônibus, apenas 60% conseguiram os mesmos resultados. De acordo com os médicos que avaliaram as meninas, a oxigenação do cérebro conquistada pela atividade física melhora o desempenho nos estudos. Não houve diferença significativa entre alunas de instituições particulares e públicas.

Thinkstock/Getty Images
Em caso de perda ou assalto procure manter uma foto de bebê dentro da carteira. Ela tem mais chance de ser devolvida para o dono
Crianças tímidas leem menos 
Há quem defenda que ser nerd está na moda, mas as crianças britânicas parecem não concordar. Segundo uma pesquisa de múltipla escolha feita pelo Fundo de Literatura Nacional da Grã-Bretanha entre 2005 e 2011 com 21 mil alunos com idades entre oito e 16 anos, um em cada seis estudantes declarou ser “tímido” ou “muito tímido”. Destes, 86% afirmaram não tirar livros na biblioteca da escola por medo de carregá-los na frente dos colegas “descolados” e serem chamados de esquisitos. Para eles, a leitura se limita a quatro títulos por ano – apenas os obrigatórios para provas. Já aqueles que se consideraram “na média” ou “populares” leem de quatro a 13 títulos por ano. Os resultados foram divulgados em setembro de 2012 e incentivaram o início de uma campanha pró-leitura no país.

Fotos de bebês garantem a sua carteira de volta 
A imagem de um bebê mexe mais com a honestidade humana do que a de animais, famílias, velhinhos ou comprovantes de doação para caridade. Pesquisadores da Universidade de Hertfordshire (Inglaterra) espalharam pelas ruas de Edimburgo, na Escócia, 240 carteiras com itens do dia a dia, como bilhetes de loteria e papeis com telefones anotados, nenhum dinheiro ou cartão de banco e os objetos de estudo mencionados acima em números iguais – 48 de cada. O resultado: das carteiras que continham fotos de bebês, 35 foram entregues à polícia. Em segundo lugar vieram aquelas com retratos de animais (21), seguidas pelas que continham fotos de famílias (19). Das carteiras com imagens de velhinhos, 11 voltariam aos donos. Já a doação para caridade não comoveu muito, uma vez que apenas seis delas foram encaminhadas para devolução. Realizado em abril de 2010, o estudo teve os números disponibilizados em agosto daquele ano.

Bebês de incubadora têm menos tendência à depressão 
O resultado dessa pesquisa surpreendeu os pesquisadores da Universidade de Montreal (Canadá), do Instituto de Psiquiatria da King’s College (Inglaterra) e dos hospitais Ste. Justine e Douglas, ambos em Montreal. No trabalho em equipe, iniciado em 1986 e encerrado em 2009, eles pretendiam mostrar que os 606 bebês de incubadora selecionados seriam mais deprimidos no amadurecimento do que os 606 que puderam ir para os braços da mãe logo depois do nascimento. Entretanto, quando os pequenos chegaram à adolescência, os médicos encontraram 5% dos bebês que precisaram ficar em incubadoras com quadro clínico de depressão, enquanto entre os outros a incidência alcançou 9%. Outra descoberta do estudo, divulgado em janeiro de 2010, foi a de que as meninas, em qualquer cenário, têm três vezes menos chances de serem deprimidas do que os meninos.

Crianças não imitam adultos que as enganam Quanto menos tempo os pais ficam em casa, mais materialista é a criança 
Crianças insatisfeitas com a ausência dos pais em casa compensam a carência apegando-se a brinquedos e aparelhos eletrônicos. De acordo com uma pesquisa conduzida pelo laboratório de comunicação da Universidade de Amsterdã (Holanda) com 466 crianças com idades entre cinco e nove anos, apenas 18% das que são cuidadas por babás ou avós na maior parte do dia abririam mão de seus “bens materiais” em troca de um passeio. As que ficam com o pai ou a mãe em pelo menos um período são mais desapegadas: 76% deixariam tudo em casa despreocupadamente para dar uma voltinha rápida. As conclusões foram anunciadas em setembro de 2012.

Quem não é confiável não serve como exemplo. Assim pensam os bebês com menos de um ano e meio de idade, de acordo com um estudo feito com 60 deles e divulgado em fevereiro de 2012 pela Universidade de Montreal, no Canadá. Primeiro, um adulto entrou na sala em que eles estavam, olhou dentro de uma caixa e demonstrou alegria; abriu a caixa para as crianças e lá elas viram um brinquedo, uma foto e uma mamadeira. Na sequência, outro adulto entrou no ambiente e fez a mesma coisa – mas, quando a caixa foi aberta, estava vazia. O adulto inicial voltou à sala e bateu uma palma. Todas as crianças, sem exceção, bateram palma também. Quando o segundo homem voltou e fez o mesmo, apenas 21 bebês o imitaram. Os outros ficaram bravos e alguns até choraram.
Pais são otimistas demais quanto à tranquilidade dos filhos 
Os adultos podem achar que conhecem sua prole como ninguém, mas a verdade é que tendem a pensar que os filhos sempre estão ótimos, mesmo quando eles querem ajuda. Baseada em três perguntas, uma pesquisa feita por psicólogos da Universidade da Califórnia (EUA) com 500 crianças entre quatro e 11 anos e seus pais mostrou isso com clareza. A primeira questão era simples: “seu filho (para os pais)/você (para as crianças) tem medo do escuro?”. Enquanto 91% dos pais responderam “não”, 65% dos filhos optaram pelo “sim”. A segunda foi mais profunda: “seu filho/você tem medo que algo ruim aconteça com seus pais?”. Confiantes, 79% dos adultos acharam que “não”, mas 94% das crianças afirmaram que “sim”. A última era sobre algo trivial: “seu filho/você escolhe que roupa usar sem insegurança?”. O resultado foi mais próximo: 94% dos adultos e 86% das crianças disseram “sim”. O relatório completo foi publicado no “Jornal de Psicologia Experimental” de outubro de 2012. 

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