sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Você Sabe Lidar Com o Seu Vício?


Um homem que não consegue passar um fim de semana sem se reunir com seus amigos para beber. Uma moça que gasta seu dinheiro descontroladamente com roupas, sapatos, bolsas e maquiagens. A internet é acessada diariamente por um rapaz que precisa navegar por sites pornográficos para se sentir bem. Um filho que precisa fumar maconha para aliviar sua ansiedade. Todas as semanas, um senhor precisa jogar na loteria para se sentir “vivo”. Uma jovem senhora que se preocupa e admira tanto a sua beleza que se utiliza de tratamentos estéticos de preços absurdos, contanto que permaneça bonita para se sentir feliz. Ir à academia diariamente e permanecer por lá 6 horas seguidas malhando. O sexo virtual de cada dia (ou de cada hora). Vícios?
Ao ler o parágrafo acima, você pode pensar: “Mas, nem todos são vícios.”, ou “Mas, nem todas estas atitudes são tão graves assim.” É, realmente há vícios que são mais aceitáveis socialmente do que outros, principalmente porque alguns são mais visíveis do que outros, mas não deixam de ser vícios, e com consequências igualmente prejudiciais. Se o homem, a moça, o rapaz, o filho, o senhor, a jovem senhora das histórias acima e você (será que você tem algum vício?) apresentam atitudes diante de uma substância ou de uma situação como: abstinência (fica irritado, ansioso, raivoso, até que consiga ter contato com aquilo que deseja), tolerância (quanto mais usa ou faz alguma coisa, mais precisa daquilo para alcançar o bem-estar que antes era alcançado com menos), perda do controle quando está fazendo determinada coisa (perda do controle do tempo, da quantidade, do gasto, etc.) e sente um desejo incontrolável diante de tal situação, é muito provável que um vício tenha sido desenvolvido e alimentado. E, em se tratando de vício, não há piores ou melhores. São vícios. Pode ser que as consequências de um sejam mais vistas do que as de outro, ou que pessoas ao seu redor sejam mais prejudicadas com um do que com outro. Mas, para a pessoa que tem o vício, o prejuízo da prisão emocional em que se encontram é o mesmo.
Mas, por que uma pessoa se vicia em algo? Qual é a raiz do problema? Por que se enveredar por um caminho de atitudes descontroladas? Normalmente, os vícios são “válvulas de escape” para uma angústia que a pessoa não consegue resolver por enquanto. Pode ser a morte de alguém, uma separação ou conflitos conjugais, uma dificuldade em ser ouvido dentro de casa, uma baixa autoestima que leva a uma necessidade de autoafirmação, uma falta de afeto no âmbito familiar, enfim, normalmente a pessoa que desenvolve um vício (qualquer que seja) está com alguma ansiedade, alguma angústia que está tão difícil de ser encarada e solucionada que, para aliviar-se emocionalmente, busca e encontra um meio (as drogas, o jogo, o sexo, a cerveja, a internet, a pornografia, a compra compulsiva, a obsessão pela beleza, etc) que traz um alívio TEMPORÁRIO para esta angústia. Torna-se um vício porque o indivíduo entra em um ciclo vicioso – sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de alívio (o “vício”) – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba – a angústia volta – sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de alívio – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba, e assim por diante.
E como sair disto, seja lá qual vício for?
1. É preciso que a pessoa admita que não tem controle sobre este vício. Muitas pessoas afirmam que possuem, sim, o controle sobre aquilo que são viciadas e que, quando desejarem, podem parar. Mas, na verdade, isto não acontece. Portanto, é preciso admitirem que, sozinhas, não conseguirão sair disto.
2. Procurar uma ajuda especializada de um profissional psicólogo a fim de ajudar esta pessoa a lidar com aquela angústia que a levou a buscar o vício, a fim de que ela não mais precise buscar alívio em coisas a fim de não ter que pensar nisto que dói emocionalmente e que ela não consegue lidar AINDA. Pensar vai doer, mas vai curar. O profissional também poderá ajudá-la a lidar com a ansiedade que surgirá ao abster-se do vício.
3. Afastar-se, ausentar-se ou eliminar o contato com pessoas, coisas e substâncias que levam a pessoa a ser tentada a cair no vício novamente.
4. Participar de grupos de ajuda mútua a fim de evitar uma recaída (há grupos como o NA – Narcóticos Anônimos; AA – Alcoólicos Anônimos; N/A – Neuróticos Anônimos; JA – Jogadores Anônimos; DASA – Dependentes de Amor e Sexo Anônimos, etc).
5. Crer que há um Deus que está sempre interessado em participar de quaisquer processos de recuperação, seja ela física, emocional ou espiritual. Portanto, além do que a pessoa pode fazer por ela mesma e além de uma ajuda profissional, há Alguém que completa aquilo que é limitado a nós.
Não tenha medo de admitir seus descontroles e suas impotências. Quanto mais entramos em contato com elas, mais perto estamos da cura emocional

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