terça-feira, 13 de novembro de 2012

Poluição Moral


Foi-me mostrado que vivemos em meio dos perigos dos últimos dias. Por se generalizar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. A palavra “muitos” refere-se aos professos seguidores de Cristo. Eles são afetados pela iniquidade dominante, e se afastam de Deus; não é, porém, necessário que eles assim sejam afetados. A causa desse declínio são eles não se manterem limpos da iniquidade. O fato de seu amor para com Deus estar esfriando por se generalizar a iniquidade, mostra que eles são em certo sentido participantes dessa iniquidade, do contrário ela não lhes afetaria o amor para com Deus, e seu zelo e fervor em Sua causa.
Foi-me apresentado terrível quadro da condição do mundo. A iniquidade alastra-se por toda parte. A licenciosidade é o pecado especial deste século. Jamais ergueu o vício a cabeça disforme com tal ousadia como o faz agora. O povo parece estar entorpecido, e os amantes da virtude e da verdadeira piedade acham-se quase desanimados por sua ousadia, força e predominância. A abundante iniquidade não se limita apenas aos incrédulos e zombadores. Quem dera que assim fosse! Mas não é. Muitos homens e mulheres que professam a religião de Cristo, são culpados. Mesmo alguns que professam estar esperando Seu aparecimento não estão mais preparados para esse acontecimento do que o próprio Satanás. Não se estão purificando de toda poluição. Têm por tanto tempo servido a sua concupiscência, que lhes é natural pensar impuramente e ter corruptas imaginações. É tão impossível fazer com que sua mente demore nas coisas puras e santas, como seria desviar o curso do Niágara, e fazer com que suas águas jorrassem para cima.
Jovens e crianças de ambos os sexos se entregam à poluição moral, e praticam este repulsivo vício, destruidor da alma e do corpo. Muitos professos cristãos acham-se tão embotados pela mesma prática, que suas sensibilidades morais não podem ser despertadas para compreender que isto é pecado, e que se nisto continuam, os seguros resultados serão completa ruína do corpo e da mente. O homem, o ser mais nobre da Terra, formado à imagem de Deus, transforma-se em animal! Faz-se grosseiro e corrupto. Todo cristão terá de aprender a refrear as paixões, e a ser regido por princípios. A menos que assim faça, é indigno do nome de cristão.
Alguns que fazem alta profissão de fé, não compreendem o pecado da masturbação e seus resultados. O hábito longamente arraigado lhes tem cegado o entendimento. Eles não avaliam a excessiva malignidade deste degradante pecado que lhes enerva o organismo e destrói a energia nervosa do cérebro. Os princípios morais são demasiado fracos quando em luta com um hábito arraigado. Solenes mensagens vindas do Céu não podem impressionar fortemente o coração não fortalecido contra a condescendência com esse degradante vício. Os sensitivos nervos do cérebro perderam o saudável tono devido à estimulação doentia para satisfazer um desejo não natural de satisfação sensual. Os nervos cerebrais que se comunicam com todo o organismo, são os únicos meios pelos quais o Céu se pode comunicar com o homem, e influenciar sua vida mais íntima. Seja o que for que perturbe a circulação das correntes elétricas no sistema nervoso, diminui a resistência das forças vitais, e o resultado é um amortecimento das sensibilidades da mente. Em atenção a isso, como é importante que ministros e povo que professam piedade se apresentem limpos e imaculados quanto a tal vício degradante da alma!
Minha alma se tem curvado em angústia, ao ser mostrada a débil condição do professo povo de Deus. A iniquidade é abundante e o amor de muitos esfria. Não há senão poucos professos cristãos que consideram este assunto em seu devido aspecto, e que mantêm sobre si mesmos o justo governo quando a opinião pública e o costume os não condena. Quão poucos refreiam suas paixões por se sentirem sob obrigação moral de fazê-lo, e porque o temor de Deus está diante de seus olhos! As faculdades mais elevadas do homem são escravizadas pelo apetite e por paixões corruptas.

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