sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Em brigas de casal, a tristeza une e a raiva separa


Estudo mostra que manifestações de raiva impedem que os parceiros percebam os sentimentos do outro. Veja cinco dicas para que as brigas terminem bem


Getty Images
Na hora da discussão é melhor controlar a raiva e falar sobre o que você sente de verdade
Quem é casado ou namora sabe: as grandes discussões de relacionamento geralmente acontecem depois de muitas chateações acumuladas. E na maioria das vezes, a gota d’água que dá origem à briga nem é tão importante assim. Um estudo publicado na revista americana “Personal Relationships” avaliou 83 casais e chegou à conclusão que a raiva presente nas brigas tem mais a ver com os aborrecimentos que se arrastam do que com os sentimentos do casal no momento da discussão. E diferente da raiva, que é altamente destrutiva, a demonstração de tristeza tende a despertar no outro sentimentos mais brandos.


O autor do estudo, Keith Sanford, doutor em psicologia clínica e neurociência da universidade Baylor, nos EUA, diz que é comum que as pessoas se sintam tristes quando estão raivosas, mas em geral a outra parte do casal percebe apenas a agressividade. As expressões de raiva normalmente se sobrepõem às expressões de outras emoções, como, por exemplo, a tristeza. Para ele, a raiva pode ser classificada como uma emoção forte, que está associada a uma forma negativa de comunicação. A tristeza é uma emoção suave, que indica vulnerabilidade e é associada a formas mais benignas de diálogo.

Assim, enquanto as manifestações de raiva alimentam a situação desagradável da discussão, manifestar o sentimento de tristeza – desde que ele seja sincero – pode despertar empatia na outra parte e aproximar o casal, quebrando o climão.

A psicoterapeuta de casal e família Margarete Volpi reforça: “É sempre melhor, em uma discussão, falar dos problemas a partir do seu ponto de vista em vez de julgar as atitudes da outra parte”, aconselha Margarete. “Quando entramos na zona de julgamento, nosso parceiro se sente agredido. É mais produtivo dizer ‘sua atitude me magoou’ do que dizer simplesmente ‘o que você fez é errado’”, completa.


Na próxima briga com seu amor, portanto, tente controlar a raiva impulsiva.  Falar sobre a tristeza que você sente dá mais resultado – se o objetivo é que fique tudo bem entre vocês dois – do que apontar o dedo na cara e trocar acusações. 

E para não restar dúvidas, veja cinco dicas de Margarete Volpi para que as eventuais discussões em seu relacionamento terminem bem:

1. Não deixe os problemas se acumularem. Sempre que algo a incomodar no relacionamento, converse com calma e deixe claro o motivo da chateação.

2. Respeite o seu tempo e o tempo do outro. Compartilhar os problemas é importante, mas deve ser feito espontaneamente. Perguntar “o que você tem?”, “o problema é comigo?” e coisas assim quando a pessoa quer ficar quieta em seu canto só atrapalha.

3. Deixe claro que você está disponível para ouvir e conversar quando a outra parte quiser 
dividir os problemas. 

4. Em vez de julgar e acusar a outra parte, prefira dizer como você se sente. O julgamento é agressivo, compartilhar os sentimentos não é. 

5. Bom humor é fundamental. Rir de si mesmo e fazer o outro rir, mesmo durante as discussões, faz o casal ter mais chances de entendimento.

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