Nanofibras são capazes de suportar 100 mil vezes mais que o próprio peso. Material pode ter aplicação em próteses médicas, por exemplo
Uma equipe internacional conseguiu desenvolver novos músculos artificiais feitos de nanofibras que podem suportar até 100 mil vezes o próprio peso e que têm 85 vezes mais força quando do que um músculo humano do mesmo tamanho. As aplicações deste material são amplas, desde motores, microválvulas até próteses médicas.
Os músculos artificiais são construídos a partir de fios de nanotubos de carbono, que são cilindros ocos feitos de camadas de grafite - o mesmo material encontrado em um lápis escolar -, e embebidos em parafina.
A contração da fibra artificial é gerada através da expansão da parafina. A brasileira Mônica Jung, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, explica que a parafina sofre expansão térmica quando a temperatura varia em determinada faixa, seja por meio de um impulso elétrico ou mesmo através de luz.
“Com a expansão da parafina, aumenta o diâmetro da fibra do músculo artificial e ao mesmo tempo ela sofre uma contração ao longo do comprimento", disse ao iG Mônica. "A fibra embebida na parafina repete mais ou menos o mesmo sistema de funcionamento das fibras musculares naturais, que sofrem expansão em diâmetro e encurtamento no comprimento através de sinais elétricos que o cérebro envia”, disse.
Uma estrutura simples para várias aplicações
A combinação do aumento do volume de fios com a diminuição do comprimento da estrutura produz a torção da fibra. "Por causa da simplicidade e alta performance, estas fibras musculares poderia ser utilizadas para diversas aplicações, como robôs, cateteres para cirurgia, micromotores, microválvulas e até mesmo brinquedos", disse Ray Baughman, cientista que liderou o estudo publicado nesta semana no periódico científico Science.
No total, o estudo conta com a participação de cinco cientistas brasileiros. Os engenheiros de materiais Mônica Jung e Márcio Lima, da Universidade do Texas, que de acordo com Baughman, fizeram descobertas e invenções "extremamente importantes para a pesquisa".
Já os pesquisadores Alexandre Fonseca, da Universidade do Estado de São Paulo, Leonardo Machado, da Universidade de Campinas, e Douglas Galvão, da Universidade do Estado de São Paulo, analisaram teoricamente as possibilidades para o desenvolvimento da nova fibra.
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