sexta-feira, 21 de junho de 2013

Em SP, manifestantes se dizem contra partidos e são ironizados por anarquistas

Sétimo ato do MPL tinha o objetivo de comemorar redução da passagem, mas partidos foram expulsos e gritos nacionalistas deram a tônica

Renan Truffi/iG São Paulo
Manifestante protesta com cartaz escrito "Classe média pacifista não me representa"
sétima passeata do Movimento Passe Livre (MPL) , que tomou a avenida Paulista nesta quinta-feira (20), em São Paulo, era para ser apenas uma festa por causa da redução das passagens de ônibus, metrô e trem, que passaram de de R$ 3,20 para R$ 3. Mas acabou ganhando conotação “ideológica”.
Isso porque a maioria dos manifestantes, que se dizem “apartidários”, impediu movimentos sociais e filiados ao PSTU, PC do B, PCR e PSOL de participar do ato. Os “sem partido”, no entanto, tiveram que dar espaço para um outro grupo “de esquerda” que não se intimidou com a hostilidade da maioria. Em cerca de 100 pessoas, um coletivo que se declara “anarquista libertário” chamou atenção ao ironizar o “tom nacionalista” que os protestos ganharam na cidade.
É que desde o início da tarde, quando começou o ato, os manifestantes trocaram os gritos, que eram costumeiramente puxados pelo MPL sobre o reajuste da tarifa, por uma versão mais política. “Vem para rua, vem contra o governo”, cantavam sem especificar se falavam do prefeito, do governador do Estado ou da presidente da República.
“Vem acontecendo agora uma invasão de grupos hiper-conservadores, que hoje bateram nos movimentos sociais. Vamos continuar como os únicos de esquerda. Com a direita organizada, agora existe uma disputa ideológica”, disse um dos integrantes do grupo anarquista, o estudante de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) Willian José Cega, assim que eles começaram o próprio ato. “Nacionalismo é um passo para o fascismo”, entoavam contra jovens cobertos pela bandeira do Brasil.

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