Os equívocos mais comuns dos adultos quando as crianças precisam ouvir um “não” – e as dicas para evitá-los
“Filho, se você não parar com isso agora...”.
Muitos pais já devem ter usado esse conhecido início de frase em
tentativas frustradas de impor limites aos filhos. Logo depois, pode
seguir uma ameaça de palmada
ou de castigo. Funcionaria? Provavelmente não. Ser permissivo tampouco é uma solução.
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Especialistas dão dicas para impor limites em crianças
Para os pais não acharem que estão em um beco sem saída,
listamos alguns dos erros mais comuns cometidos nestas horas. Saiba
quais são e como evitá-los.
1. Não faça ameaças se não for cumpri-las
Antes de dizer que o filho desobediente ficará sem
sorvete até o ano que vem, os pais precisam pensar – de verdade – se
poderão cumprir a promessa. Ameaçar e não cumprir, para o psicólogo Caio
Feijó, autor do livro “Pais Competentes, Filhos Brilhantes – Os Maiores
Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais
para Prevenir essas Falhas” (Novo Século Editora), gera filhos que
perdem o respeito pelos pais. Se ele não se comportou direito, melhor
vetar aquela festinha do amigo que está próxima – e cumprir – do que
proibir que ele jogue videogame para sempre.
Dica:
Transforme ameaças em avisos, passando a mensagem sem violência.
2. Não ceda
2. Não ceda
Não vale ser indulgente com a indisciplina do filho
porque você trabalha fora e se sente culpada, nem por achar que ele
deixará de amá-la – medos bem comuns, segundo a psicóloga Dora Lorch,
autora do livro “Superdicas para Educar bem seu Filho” (Editora
Saraiva). Se uma posição foi determinada, não volte atrás. A postura,
segundo Caio Feijó, é essencial para as crianças não serem tão
resistentes com os limites impostos.
Dica:
Leve em consideração se o seu filho está passando por um momento difícil – como a perda de um animal de estimação.
3. Evite recompensas
O comportamento adequado não é uma moeda de troca. Os
pais não devem prometer um brinquedo novo para o filho se comportar em
um restaurante. “Dessa forma ele acreditará que tudo na vida se resolve
negociando”, afirma a psicóloga e pedagoga Regina Mara Conrado, autora
do livro “Filhos e Alunos sem Limites: Um Desafio para Pais e
Professores” (Editora WAK) ao lado de Lucy Silva.
Dica:
Não coloque a recompensa como um prêmio, mas saiba reconhecer a boa
conduta da criança com palavras. Presentes não são proibidos, mas o
psicólogo e terapeuta familiar João David Cavallazzi Mendonça sugere
dá-los só às vezes.
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Frustrações na infância ajudam a criança a lidar melhor com adversidades no futuro
4. Não dê ordens dúbias para a criança
Para o psicoterapeuta e educador Leo Fraiman
, os pais que não decidem juntos os padrões da educação do filho cometem
um grande erro. Se a mãe diz que o filho não deve ir dormir mais tarde
em dia de jogo do time preferido e o pai acaba deixando, a criança não
irá entender o que deve fazer.
Dica:
Os pais devem decidir as regras a dois – e cumpri-las.
5. Seja firme e paciente
5. Seja firme e paciente
Frustrar a criança a ajudará a lidar com as adversidades
da vida no futuro. “Dizer ‘não’ é prerrogativa e obrigação dos pais
quando necessário”, diz Caio Feijó. Portanto, os pais devem ser firmes
em suas ações e não deixar para resolver um problema depois que ele já
passou. Resolver de cabeça quente também não adianta: diante de um
comportamento inadequado, insista e, se necessário, conte até mil. Mas
sempre evite dizer que a criança é malcriada e não faz nada direito.
Dica:
“É mais seguro sugerir que aquilo que ela fez foi errado e é melhor não se repetir”, diz João David.
6. Não se prolongue demais nas explicações
De acordo com Regina Mara Conrado, é importante pontuar o
porquê dos limites, mas não é necessário contar uma novela enquanto a
criança reluta. “Se os pais se estendem na justificativa, acabam se
perdendo e cedem à insistência da criança”, diz.
Dica:
Seja claro e objetivo sobre por que a criança ouviu um “não”, mas adapte a explicação à capacidade de compreender dela.
7. Não insista se não tiver razão
Existem coisas que não se obriga. Se seu filho não gosta
das aulas de judô, não há razões para insistir. Dora Lorch recomenda aos
pais perceber quando a criança precisa de acolhimento em vez de
imposição. Ela pode estar sendo intransigente por estar sofrendo bullying
na escola, por exemplo.
Dica:
Esteja próximo a seu filho para saber diferenciar indisciplina de apreensão.
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