segunda-feira, 23 de abril de 2012

Etiqueta da separação

O que os amigos e parentes podem fazer para ajudar a manter a paz na hora do divórcio

Foto: Thinkstock/Getty Images Ampliar
Dicas para ajudar a manter a calma e o respeito mesmo quando a separação vira uma guerra!
Nesse momento nada é fácil. E nem é só para o casal. Amigos e parentes pisam em ovos seja tomando partido seja tentando não atrapalhar ainda mais as relações já desgastadas. Algumas regrinhas e conselhos cheios de bom senso podem servir como guia para o casal se comportar com os amigos e família, e ajudar os amigos e ampararem quem está atravessando um divórcio
Mesmo quando a separação é consensual, não deixa de ser triste e quase sempre gera alguma mágoa e ressentimento. Entre discussões, partilha e a nova rotina de separado, é preciso fazer adaptações na vida social e ter delicadeza para enfrentar o luto.
O iG falou com consultores de etiqueta que deram valiosos conselhos para quem está se separando e também para quem tem um amigo ou familiar cujo casamento chegou ao fim.

Para o casal
Contar ou não contar para os amigos?
Não precisa avisar todo mundo, mas é bom dar um toque para os mais íntimos.
“Participar o fato só cabe para quem é mais próximo, para evitar situações constrangedoras.”, avalia o consultor de etiqueta Fábio Arruda.
Já Lígia Marques, também consultora de etiqueta, acredita que a vale mandar um email. “Podemos colocar a tecnologia para ajudar nessa hora”, afirma.
Pode pedir favores para a família em coisas como ficar com os filhos durante conversas mais tensas?
Para Lígia, as discussões devem ser feitas o mais longe possível das crianças, quando houver. Contar com pessoas íntimas não apenas é permitido como é necessário.
“Salvo raras exceções, qualquer mãe ou pai vai querer ajudar”, afirma Fábio. “Mesmo um amigo ou irmão deve ser acionado nessas as horas. Não é constrangimento pedir ajuda quando se está precisando, é um ato grandioso.”
Como agir se a família estiver interferindo na separação do casal?
É melhor estabelecer limites antes que a “ajuda” deixe a separação ainda mais tensa. “É difícil fazer isso de forma social”, acredita Fábio. A dica é ser direto e objetivo, pedindo que não se intrometam.
“Nessa hora o jeito é ‘fechar o tempo’ e dizer que esse é um assunto em que não precisam de opiniões externas e querem privacidade”, reforça Lígia.
Como tocar em assuntos delicados, como dinheiro ou devolução de chave da casa?
É comum um estar decidido a se separar enquanto o outro ainda gostaria de tentar salvar a relação.
“Comum acordo e racionalidade são produtos raros nessas horas. É preciso então ser muito humano, doce, decente, e saber entender que às vezes a reação vai ser mal criada, difícil”, afirma Fábio.
Para os amigos:
O que fazer se você pergunta sobre o parceiro e só então descobre que ele virou ex? Como lidar com a gafe?
É chato, mas você não tem obrigação de saber. “Bola pra frente!”, diz Lígia.
Fábio vai além e não pede desculpas nem lamenta pelo fim do relacionamento. “Às vezes a pessoa está felicíssima de sair da relação. O ideal é a própria pessoa direcionar o assunto daí em diante, contando mais ou mudando de assunto”, afirma o consultor. Sobretudo, nada de pressionar para saber todos os detalhes sobre o fim da relação.

O ideal é se fazer presente sem se impor. “Imposições não são nunca agradáveis”, diz Fábio. Vale convidar para jantar, ir ao cinema, passear no parque, se colocar à disposição para conversar.
Como ajudar um amigo que está se separando?
“Se a pessoa topar, legal. Se não, tem que respeitar. E nada de marcar encontros-surpresa para dar um empurrãozinho no lado romance da vida do amigo recém-separado! Imagina: você vai jantar e dá de cara com um paquera potencial, que coisa chata!”
Como fazer quando se é amigo dos dois ou se um deles pressionar para você tomar partido?
“Fatalmente acontece”, acredita Fábio. “É muito raro o casal que entende que é sempre melhor os amigos ficarem neutros. Uma hora começam as exigências e cobranças, o que não é direito de ninguém”.
Lígia dá um toque importante: se a separação foi litigiosa, evite convidar ambos para a mesma festa, sem avisar. Tomar partido, só se achar que deve. “Senão, diga tranquilamente que quem se separou foi o casal, mas que você não precisa fazer o mesmo”, afirma a especialista em etiqueta.
Como ajudar a baixar a poeira se a separação foi um “barraco”?
Nessa hora, são os amigos que devem “chamar para a realidade”. A pessoa está com sentimentos confusos, magoada, e pode se arrepender depois dos eventuais exageros. Conversar em particular e numa hora calma é uma forma de apoio que pode ajudar a separação a ser mais tranqüila.
Como dizer delicadamente que não aguenta mais emprestar o ombro para choradeiras?
Para Fábio, o ideal seria sempre dar forças e apoio a quem está se separando. Amigos, afinal, são para essas coisas, não é? Mas se a barra estiver muito pesada, Lígia dá uma dica: ausente-se um pouco, torne-se mais “ocupado”, para ter um respiro.
Se houve traição, como os amigos e círculo social devem lidar? É melhor fingir que não sabe?
O tema é delicado. “Eu, particularmente, opto por não avisar o traído de forma explícita, no máximo dou uma indireta. Uma boa opção é falar com a parte “traidora” solicitando que converse a respeito com a parte traída”, afirma Lígia. Mas se intrometer na vida das pessoas e ser dedo-duro, jamais!
No trabalho, o assunto separação é permitido com quem está passando pelo processo?
Melhor não. “Só se a pessoa deu a você essa liberdade, tocando ela mesma no assunto. Mesmo assim, pegue leve”, adverte Lígia. Se o assunto chegar por meio de terceiros, fuja da conversa.
É indelicado convidar ambos para a primeira festa do círculo de amigos em comum pós-separação?
No primeiro momento, sim. “Quem está bem diz ‘não tem problema’, mas para o outro tem”, explica Fábio. Avalie as afinidades e convide o mais próximo.

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