Sob a ótica médica, engravidar após os 40 é cada vez mais comum. Mas o lado psicológico de uma gravidez tardia também deve ser levado em conta
Uma gravidez é considerada tardia a partir dos 35 anos. Nessa idade, a fertilidade da mulher começa a cair gradativamente e, depois dos 40, a queda passa a ser mais agressiva. A medicina reprodutiva ajuda, mas não consegue solucionar todos os problemas da mulher que opta por uma gravidez tardia.
“Por mais que a medicina avance, uma coisa não dá para mudar: a idade do óvulo. O risco de abortamento e as alterações cromossômicas são preocupações reais para esse tipo de gestação, além de complicações como diabetes gestacional ou hipertensão”, explica Ricardo Mello Marinho, diretor científico da clínica Pró-Criar/Mater Dei de reprodução humana e professor do Instituto de Pós-Graduação e pesquisa da faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Muito além de doenças e limitações físicas, outras preocupações rondam as mulheres. “A vida é imprevisível, mas temos que considerar que essa criança vai ter a mãe presente durante um período curto de sua vida. É preciso ficar claro que não há uma condenação de quem decide engravidar mais tarde, mas todas as escolhas trazem vantagens e desvantagens. Ter consciência disso é fundamental”, alerta Debora Seibel, psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Ciente da sua idade, a tabeliã Patricia Candelaria de Mattos, 44, não se preocupa com esse aspecto. “Não fico pensando que vou me separar muito cedo dos meus filhos. O que acho importante é que as mães mais velhas jamais deixem de se atualizar para poder acompanhar seus filhos intelectualmente. Tenho muito pique, mas preciso sempre estar atenta para não ficar defasada”, afirma a mãe de Matias, de 8 anos, e Diogo de 4.
Quem também tem jovialidade de sobra é a advogada Ana Laura de Camargo, 46. Mãe aos 39, ela conta que quando decidiu engravidar colocou uma data limite para tentar a gestação: 40 anos. “Hoje talvez mudasse essa data. Encorajo amigas da minha idade a serem mães porque é muito bom. A vida financeira está mais estável do que quando eu tinha 30 anos e tenho uma disponibilidade muito grande para a Helena. Uma mulher que topa uma gravidez tardia quer muito esse filho. Não tem como dizer que isso é ruim.”Data limite para engravidar
Em algumas situações, no entanto, o otimismo dá lugar ao realismo. “Às vezes acontece da mulher ter um filho pequeno e precisar cuidar dos pais idosos também. Uma mulher de 50 anos, por exemplo, tem pais na faixa dos 70. Não é difícil isso acontecer”, lembra Debora Seibel.
Dia a dia
Além de estabilidade financeira, outra vantagem para quem espera um pouco mais para ter filhos é a facilidade maior de abrir mão de certas coisas. “As jovens de hoje vivem angustiadas e se dividindo entre os filhos e a vida profissional e social. Uma mulher mais velha não tem mais essa ânsia de uma vida social intensa. Ela consegue abrir mão disso e de outras coisas com mais facilidade”, diz Debora.
“Com a minha primeira filha era tudo muito corrido. Eu tinha tanto o que fazer. Quando eu vi, ela já estava engatinhando. Não é assim com o Estevão. Fico com ele no colo o tempo que achar necessário. Hoje eu sei que tudo passa muito rápido”, define Sibelle.
Olá Irene!
ResponderExcluirOs documentários são lindos e intensos, assim como as mulheres! [sorrio]
Parabéns pela postagem!
Abraços.
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Convido para que leia e comente “O FIM DO MUNDO, ENFIM” no http://jefhcardoso.blogspot.com/