domingo, 29 de janeiro de 2012

Mestiçagem de ovelhas garante bom desenvolvimento de rebanho em Casimiro

Há dois anos o produtor rural João Lopes vem misturando duas raças. Ele ainda não chegou na ovelha ideal. Mas a experiência já dá bons resultados.
Ovelhas fortes e grandes são características da raça Santa Inês. Mas, um produtor rural de Casimiro de Abreu teve decepção ao investir nos animais. Como o solo da fazenda era úmido e arenoso, as ovelhas tiveram problemas no casco e também vermes típicos desse tipo de lugar. Para sair do prejuízo ele resolveu melhorar o rebanho misturando outras raças. Foi o fim desse pesadelo.
A fazenda fica há 8km do centro de Rio das Ostras. Ao pé da encosta, está a casa principal. Uma preciosidade do século 18.
O casarão conserva ainda boa parte do que foi construído pela mão de obra escrava. No interior, os móveis já não são os originais. Foram comprados ao longo do tempo em antiquários da região da Estrada Real, em Minas Gerais.
O engenheiro agrônomo João Lopes, comprou a no início dos anos 70 e decidiu criar na propriedade, ovelhas da raça Santa Inês, sem lã e com orelhas compridas.
Foram anos de trabalho e muita frustração também. Os animais precoces, grandes que ele esperava, quase sempre, tinham infecções nos cascos e ficavam anêmicos por causa de vermes.
O problema existe até hoje. Uma das ovelhas precisou ser isolada. O casco está tomado por bactérias. Ela emagreceu e será sacrificada.
Através de pesquisas, João descobriu que a raça se adapta bem melhor a lugares de clima seco e solo poroso. Bem diferente do da fazenda São João. O clima úmido e o solo argiloso são inimigos da criação. Foi aí que teve uma ideia. Ao comprar ovelhas da raça Morada Nova, bem menores e de orelhas mais curtas, percebeu uma diferença nos animais.
As ovelhas estavam bem mais adaptadas à região. Foi quando decidiu misturar as duas raças.
Há dois anos João Lopes vem misturando as duas raças. Ele ainda não chegou na ovelha ideal. Mas a experiencia já dá bons resultados. Os animais são mais rústicos, resistentes, precoces e que exigem bem menos alimentação.
Atualmente, a criação tem 250 cabeças. Os animais consomem 35% menos proteínas. Pastam durante o dia e são confinados a noite. As ovelhas com cascos infeccionados são raras. Mas o fazendeiro não está satisfeito. Em um livro, descobriu um outro criador que mestiçou as ovelhas e teve bons resultados. Agora, ele quer fazer o mesmo na criação: incorporar uma terceira raça. Dessa vez de origem europeia para melhorar ainda mais a rusticidade e produtividade do rebanho.
Em mais três, quatro anos, já espera ter bons reprodutores e matrizes das ovelhas mestiças.

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