sábado, 14 de janeiro de 2012

Separação X autoestima

Como lidar com a insegurança que o fim de uma relação provoca

 Recém-divorciada, atriz Demi Moore tem medo de "não ser digna de ser amada"
O término de uma relação amorosa representa o início de uma nova fase. É a chance de aprender com os erros e acertos para tentar fazer diferente em outra oportunidade. “Toda relação contribui para a construção da sua história de vida”, atesta a dra. Denise Diniz, psicóloga coordenadora do setor de Gerenciamento de Stress e Qualidade de Vida da Universidade Federal do Estado de São Paulo. O sentimento de insegurança que cresce quando chega o fim é comum. E ninguém está livre dele.
Na edição de fevereiro da revista “Harper’s Bazaar”, Demi Moore, 49, deu a primeira entrevista após o fim do casamento de seis anos com o ator Ashton Kutcher, 15 anos mais novo. “O que me assusta é um dia descobrir, ao fim da minha vida, que não sou digna de ser amada. Que há algo fundamentalmente errado comigo”, disse, antes de arrematar: “o que me assusta mais é não saber, é aceitar que nem tudo está sob meu controle. Isso faz eu me sentir insegura”.
Demi Moore é uma estrela de Hollywood que se aproxima de meio século de vida em plena forma física, belíssima. A rigor, não passaria pela cabeça de nenhum de nós que uma mulher como ela se sentisse de alguma forma insegura. Mas é comum após uma separação as pessoas passarem por um momento de muito autoreflexão, que pode até incluir críticas rigorosas demais ou completamente infundadas a si mesmo. “É natural imaginar que falta algo em nós e que é por isso que o relacionamento acabou”, explica o dr. Joseph Nowinski, psicólogo e autor do livro “The Tender Heart: Conquering Your Insecurity” (algo como “O Coração Afetuoso: Dominando sua Insegurança”, em tradução livre).
Muitas vezes, a situação torna-se ainda pior, por conta de atitudes tomadas ao longo do relacionamento. “Tem gente que quando está em uma relação se isola, passa a ter apenas projetos de casal. Quando aquilo termina, a pessoa fica perdida”, explica Denise.
Foi este o principal problema da estudante de contabilidade Thais Oliveira, 24, quando, aos 18, seu primeiro namorado terminou um relacionamento de quatro anos. “Eu acabei vivendo a vida dele e deixei de viver a minha”, conta. Com o término do namoro, Thaís se viu desamparada: “fiquei sem amigos, sem o que fazer. Levou um tempo até retomar os contatos e renovar as amizades”.
Depois de um mês em depressão, Thaís, ao perceber que aquela situação era definitiva, resolveu ajustar o foco para si mesma, fator essencial para que se livrasse da tristeza. Há pouco mais de um ano, a estudante se casou - e garante que aprendeu com a experiência anterior. “Hoje eu não centralizo minha vida em alguém, sou muito mais autoconfiante. Não quero nunca mais me fechar no mundo de outra pessoa”.
Segundo Nowinski, o caminho trilhado por Thaís seria o ideal. “É uma questão de estabelecer e manter uma auto-imagem equilibrada. É preciso reconhecer tanto as próprias qualidades, gostos e talentos como os defeitos”, diz.
Denise concorda: “você tem que ser digno de ser amado e respeitado por você mesmo. O outro não pode ser mais importante que você”.
O psicólogo também acredita na mudança de atitude em relação à busca por parceiros. “Ao invés de pensar que existe algum problema com você e que foi essa a razão do fim do relacionamento, tente pensar que o tipo de mulher que você é pode ser mais adequado para outro tipo de homem”.
Por isso ele dá a receita para quem precisa recomeçar: “tente namorar pessoas com diferentes personalidades até encontrar aquela que mais combina com você. Se homens autoconfiantes, competitivos e narcisistas sempre lhe atraíram, por exemplo, tente sair com alguns homens mais interessados em colaborar do que competir, que tenham uma visão mais modesta deles mesmos”.
A forma como se encara o fim pode ser a diferença entre uma fossa de alguns dias ou de meses a fio sem sair do quarto.
“Demora mais (para recuperar) se você segue culpando a si mesma e pensando no fim do relacionamento como um fracasso pessoal e não como uma combinação ruim”, finaliza o especialista

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