Líder americano, que recebeu presidenta brasileira ma Casa Branca, disse que relação entre EUA e Brasil nunca esteve tão forte
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta segunda "ter sorte" por encontrar na presidente Dilma Rousseff uma "parceira".
Logo depois de uma hora e meia de conversas no Salão Oval da Casa Branca, os dois líderes fizeram declarações para a imprensa - sem dar chances para perguntas - e concentraram-se sobretudo nas oportunidades de negócios oferecidas de lado a lado.
Obama elogiou os "progressos do Brasil" nos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e admitiu seu interesse em fazer dos EUA "um grande cliente" do País no campo da energia, especialmente em petróleo e gás. "Esperamos cooperar em uma ampla gama de projetos energéticos", afirmou Obama, sentado ao lado de Dilma. "A relação bilateral nunca foi tão forte", completou, ao reafirmar que os EUA abrirão mais dois consulados no Brasil, em Belo Horizonte e Porto Alegre.
Obama informou que os dois líderes discutiram temas como a cooperação energética – principalmente em temas de biocombustível, petróleo e gás –, intercâmbios educacionais e combate ao narcotráfico com vistas à Cúpula das Américas, no próximo fim de semana em Cartagena, na Colômbia.
Em sua fala, Dilma ressaltou o fato de o investimento direto produtivo do Brasil nos EUA hoje alcançar 40% do americano no mercado brasileiro. "A relação entre Brasil e Estados Unidos é muito importante para nós, tanto a bilateral como a multilateral", afirmou, ao expressar a necessidade de estreitar laços e de ampliar o investimento recíproco. "É do nosso mais alto interesse estreitar nossas parcerias em economia e em inovação (com os Estados Unidos)."
A presidenta manifestou preocupação com a depreciação das moedas dos países desenvolvidos – em consequência das políticas monetárias expansionistas para conter a crise nesses países. Dilma chegou a classificar o excesso de liquidez como um "tsunami monetário". "Reconhecemos o papel dos Bancos Centrais, em especial do Banco Central Europeu, em impedir uma crise de liquidez de altas proporções, afetando a todos os países" , disse Dilma, sentada ao lado de Obama à frente da tradicional lareira do Salão Oval.
Além disso, Dilma mencionou as oportunidades abertas pelo setor energético para as companhias americanas, como as fornecedoras de equipamentos e prestadoras de serviços. E salientou como outras áreas igualmente importantes a serem exploradas as de inovação tecnológica, de inovação, de segurança e de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016.
Agenda
Esta é a terceira vez que os dois se encontram como presidentes: a primeira foi em março do ano passado, quando Obama visitou o Brasil. A segunda, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro do ano passado.
Dilma chegou na tarde de domingo a Washington e se reuniu com um grupo de empresários brasileiros para preparar o fórum de altos executivos, realizado nesta segunda-feira com empresas americanas.
Depois do encontro com Obama, a presidenta faz um discurso na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, dentro de um fórum empresarial entre ambos países do qual também participarão a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
No fim do mês passado, a CNI divulgou junto com a Câmara Americana de Comércio uma carta com recomendações para os governos de ambos os países por ocasião da visita. Entre essas recomendações estão a inclusão do Brasil noPrograma de Isenção de Vistos, para incentivar o movimento de turistas e empresas entre os dois países, e a facilitação de vistos para trabalhadores qualificados no Brasil.
O tema sobre mão-de-obra qualificada será recorrente na visita. Em Washington as autoridades brasileiras assinarão 14 acordos na área de educação relativos ao programa Ciência Sem Fronteiras, para permitir que mais universidades americanas recebam estudantes brasileiros.
Na terça-feira, em Boston, Dilma visitará a Universidade de Havard, que já faz parte do programa, e a sede do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que passará a fazer. A meta do Ciência Sem Fronteiras é enviar 101 mil bolsistas para estudar no exterior - 75 mil financiados pelo governo - e a expectativa é que cerca de um quinto deles venha para os Estados Unidos.
Além deses acordos, Brasil e Estados Unidos devem assinar quatro acordos internacionais e três institucionais. Entre as áreas contempladas estão aviação (na qual os dois países são líderes mundiais), segurança alimentar (para atuação conjunta em outros países), cooperação descentralizada (relativa a Estados e municípios), além de uma troca de cartas para reconhecimento dos nomes internacionais da cachaça brasileira, e do bourbon e uísque do Tennesse.
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