sábado, 10 de novembro de 2012

Não Existe Harmonia Entre a Luz e as Trevas


É manifesta em relação aos seguidores de Cristo, a mesma inimizade demonstrada para com o Mestre. Quem quer que veja o caráter repelente do pecado, e na força do alto resista à tentação, certamente suscitará a ira de Satanás e de seus súditos. Ódio aos puros princípios da verdade, e opróbrio e perseguição a seus defensores, existirão enquanto houver pecado e pecadores. Os seguidores de Cristo e os servos de Satanás não podem harmonizar-se. O agravo da cruz não cessou. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim. 3:12.
Sob a direção de Satanás os seus agentes estão constantemente a trabalhar a fim de estabelecer a sua autoridade e erigir o seu reino em oposição ao governo de Deus. Com esse fito, procuram enganar os seguidores de Cristo e desviá-los de sua fidelidade. Semelhantes a seu chefe, interpretam mal e pervertem as Escrituras para realizar seu objetivo. Assim como Satanás se esforçou para lançar a ignomínia sobre Deus, seus agentes procuram fazer mal ao povo do Senhor. O espírito que matou a Cristo impele os ímpios a destruir Seus seguidores. Tudo isto está prefigurado naquela primeira profecia: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente.” E isto continuará até ao final do tempo.
Satanás conjuga todas as forças, e arremessa ao combate todo o seu poder. Por que não encontra ele maior resistência? Por que são os soldados de Cristo tão sonolentos e indiferentes? É porque entretêm tão pouca verdadeira comunhão com Cristo; porque se acham tão destituídos de Seu Espírito! O pecado não lhes é repelente e aborrecível, como era a seu Mestre. Não o enfrentam, como o fazia Cristo, com resistência decidida e resoluta. Não se compenetram do grandíssimo mal e malignidade do pecado, e estão cegos tanto a respeito do caráter como do poder do príncipe das trevas. Pouca inimizade há contra Satanás e suas obras, porque há tão grande ignorância a respeito de seu poder e maldade, e da grande extensão de sua luta contra Cristo e Sua igreja. Multidões estão iludidas neste ponto. Não sabem que seu inimigo é um poderoso general, que domina a mente dos anjos maus, e que com planos bem elaborados e hábeis artifícios, está a guerrear contra Cristo para impedir a salvação das almas. Entre os professos cristãos, e mesmo entre os ministros do evangelho, raramente se ouve uma referência a Satanás, exceto talvez uma menção ocasional, do púlpito. Não tomam em consideração as evidências de sua atividade e êxito contínuos; negligenciam os muitos avisos contra seus ardis; parecem ignorar-lhe a própria existência.
Enquanto os homens se acham em ignorância quanto aos seus estratagemas, este vigilante adversário se põe em seu caminho a cada momento. Intromete-se em cada compartimento do lar, em toda rua de nossas cidades, nas igrejas, nos conselhos nacionais, nos tribunais de justiça, confundindo, enganando, seduzindo, arruinando por toda parte a alma e o corpo de homens, mulheres e crianças, desmembrando famílias, semeando ódios, rivalidade, contenda, sedição, assassínio. E o mundo cristão parece olhar estas coisas como se Deus as tivesse designado, e elas devessem existir.
Satanás está continuamente procurando vencer o povo de Deus, derribando as barreiras que os separam do mundo. O antigo Israel foi enredado no pecado quando se aventurou a associação proibida com os gentios. De modo semelhante se transvia o Israel moderno. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor. 4:4. Todos os que não são decididos seguidores de Cristo, são servos de Satanás. No coração não regenerado há amor ao pecado e disposição para acariciá-lo e desculpá-lo.No coração renovado há ódio e decidida resistência ao pecado. Quando os cristãos escolhem a sociedade dos ímpios e incrédulos, expõem-se à tentação. Satanás esconde-se das vistas, e furtivamente estende sobre os olhos deles seu véu enganador. Não podem ver que tal companhia é calculada a fazer-lhes mal; e ao mesmo tempo em que constantemente vão assimilando o mundo, no que respeita ao caráter, palavras e ações, mais e mais cegos se tornam.
A conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo. A familiaridade com o pecado inevitavelmente o fará parecer menos repelente. Aquele que prefere associar-se aos servos de Satanás, logo deixará de temer o senhor deles. Quando, no caminho do dever, somos levados à prova, como o foi Daniel na corte do rei, podemos estar certos de que Deus nos protegerá; mas se nos colocamos sob tentação, mais cedo ou mais tarde cairemos

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