Listamos seis doenças agravadas por noites maldormidas. Maior risco cardíaco é uma delas
Se as horas de descanso estão insuficientes, o corpo dá sinais que vão além do bocejo e dos olhos cansados. Dormir pouco ou dormir mal pode trazer prejuízos à saúde e ao seu dia a dia.
Falta de concentração e de coordenação motora, fome em demasia, e suscetibilidade às doenças são apenas alguns dos alertas de que é preciso dormir.
“É uma situação em que muita gente está passando e não percebe as consequências. Os sintomas se confundem um pouco com o estresse”, afirma Pedro Genta, do Centro de Medicina do Sono, do Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo.
“Existem estudos mostrando que quem dorme pouco tem mais risco de morte e também de apresentar alterações cardiovasculares, por exemplo”, completa.
Uma criança terá prejuízo no crescimento e na escola, um adolescente fica mais propenso à doença mental e um adulto tem mais risco cardiovascular, relata Rosa Hasan, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
O sono é o momento de restabelecimento do organismo como um todo, o corpo repousa, os músculos descansam, as funções hormonais se regulam.
“O cérebro processa tudo o que precisamos guardar e no dia seguinte estamos aptos a absorver novas informações”, relata Renato Anghinah, neurologista do Hospital Samaritano. Quando não há o descanso de forma eficaz, todas as atividades ficam comprometidas.
Você lê, relê e lê mais uma vez aquele parágrafo, mas ele parece não fazer sentido. A sensação é de que o cérebro não está funcionando direito... e não está mesmo.
“A pessoa que não dormiu a noite inteira tem a impressão de estar de ressaca. Entre as queixas mais comuns estão a dificuldade de memorização, concentração, fadiga, irritabilidade, entre outros”, descreve Rosa Hasan. A capacidade do cérebro de ficar alerta é prejudicada e, por isso, ter foco vira missão quase impossível.
Dificuldade para tomar decisões
Segundo estudos realizados pelo pesquisador Sean Drummond, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, quando estamos cansados temos dificuldade para determinar o que é mais importante e até pequenas decisões ganham gravidade exagerada. Além disso, o pesquisador especializado em privação do sono descobriu que o cansaço leva as pessoas a correrem mais riscos.
Outro estudo, realizado pela Universidade de Duke, e publicado no Journal of Neuroscience no dia 8 de março, avaliou 29 voluntários. Eles tiveram que tomar decisões de cunho econômico depois de uma noite de sono normal e depois de uma péssima noite. Os pesquisadores utilizaram um aparelho de ressonância magnética para avaliar as funções do cérebro nessas duas ocasiões e descobriram que há uma redução de atividade na região responsável pelo processamento das conseqüências negativas quando há privação do sono.
Sensibilidade ou irritabilidade
Sabe aquela semana em que você está mais impaciente? A culpa também pode ser falta de sono! Quando o corpo não descansa adequadamente, os distúrbios do humor aparecem e podem ser expressados de diferentes formas: como um limiar menor para o estresse, uma sensibilidade maior ou ainda uma maior ansiedade.
Imunidade baixa
Noites maldormidas podem deixar o organismo mais vulnerável a infecções. Cansado e sem tempo suficiente para se recuperar, as defesas do corpo ficam baixas. É nessa hora que vírus e bactérias aproveitam a baixa de guarda e atacam.
Fome de leão
Cientistas já identificaram que dormir pouco prejudica a queima de gordura. Mas a privação de sono também pode desregular os níveis de açúcar no sangue e levar o corpo a produzir menos lepitina, um hormônio que desacelera o apetite, e mais grelina, que aumenta a fome. Resultado: mesmo depois de um café da manhã reforçado e um almoço bem servido, você passa a tarde beliscando e faz um belo jantar. Na tentativa de se reequilibrar, o organismo sente necessidade de alimentos que contenham açúcares e outros carboidratos simples, fontes rápidas de energia.
Falta de coordenação motora
Tropeços, objetos que caem das mãos... a privação do sono faz com que os reflexos fiquem mais lentos. Aliado à falta de concentração, o problema ganha contornos perigosos quando a tarefa a ser executada é dirigir. Por isso, a recomendação de uma boa noite de sono antes de pegar a estrada é tão importante.
Recuperação
Minimizar ou tirar de cena os resultados da privação do sono é simples. “Para cada noite maldormida, a pessoa vai precisar de duas ou três moites de descanso para se recuperar adequadamente, levando em conta sua idade e a quantidade de horas perdidas”, aconselha Renato Anghinah.
É fácil saber qual o déficit de descanso. Basta observar quantas horas você dorme naqueles dias que não tem hora para acordar, como nas férias ou feriados. Os especialistas alertam que perder mais de duas horas de sono por noite durante períodos prolongados o problema é considerado crônico.
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