quarta-feira, 17 de julho de 2013

O que podemos aprender com os relacionamentos que dão errado

Para atriz Jennifer Love Hewitt, que acaba de lançar livro sobre o tema, paixões equivocadas podem ensinar o caminho do verdadeiro amor

Getty Images
Jennifer Love Hewitt: em livro sobre relacionamentos, atriz conta o que aprendeu com homens errados

Os namoros que não dão certo rendem apenas raiva, sensação de tempo perdido e frustração? Para a atriz Jennifer Love Hewitt, a resposta é não. Autora do livro “O Dia em que Atirei no Cupido” (Seoman), lançado recentemente no Brasil, ela defende que os maus passos dados no amor acabam nos ensinando o que realmente queremos de uma relação.
“Relacionamentos são trabalhosos. Têm a ver com compromisso e saber equilibrar as necessidades e desejos do outro com os seus. Os homens errados nos ajudam em relacionamentos futuros, são importantes para nos ensinar coisas que gostamos e não gostamos”, afirma ao iG em entrevista concedida por email.
[Encontrar um amor] Não é como comprar um carro. Não se pode procurar um parceiro com uma lista de requisitos, dando um ‘ok’

Romântica assumida, a ponto de se definir como “amorólica” (um trocadilho com o sufixo ‘holic’, indicativo de vício em inglês), Jennifer confessa que namorou muito e teve que “beijar vários sapos até encontrar seu príncipe encantado”. “Não é como comprar um carro. Não se pode procurar um parceiro com uma lista de requisitos, dando um ‘ok’ para cada item que lhe agrada. Tem mais a ver com alguém que você respeite e que também respeite você. Alguém que lhe trate bem, com delicadeza e gentileza”.
A expectativa de encontrar um complemento perfeito no parceiro também precisa de revisão. Ninguém é obrigado a preencher o vazio do outro. “O homem irá salvar a mulher? É claro que isso é um mito. Nenhum homem é perfeito. E o estereótipo de mulher que tem expectativas irreais sobre os homens é uma coisa do passado”, defende Jennifer.
Mas nem todos pensam assim. Para a psicóloga Lúcia Pesca, essa tendência feminina em fantasiar ainda é muito presente no modo de se relacionar das mulheres. “Amar demais é algo que só o sexo feminino sabe fazer”, acredita, completando que não se trata de um comportamento saudável.
A cultura romântica, enraizada na psique social feminina, parece tornar as mulheres mais íntimas da paixão. E, enquanto apaixonar-se várias vezes pode fazer a mulher amadurecer e ganhar experiência, apaixonar-se com extrema intensidade pode indicar outros problemas pessoais.
Para Sérgio Savian, terapeuta que já trabalhou com o Grupo MADA – Mulheres Quem Amam Demais, a paixão intensa e exagerada esconde uma pessoa sem autoestima. “Ao colocar toda a atenção no homem da vez, você faz do outro um objeto de sua imensa carência”, ele explica. “Grande parte das mulheres que fazem isso acreditam que os homens são carrascos e sacanas. Mas é preciso dizer que cada um é responsável por si”.
Aos 34 anos, nem amando demais, nem querendo que o outro corresponda à sua idealização, Jennifer sente que já conquistou essa maturidade para viver um relacionamento mais equilibrado e prazeroso. “Você deve esperar honestidade e amor. Assim como precisa estar preparada para devolver o mesmo à pessoa”, conclui.

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