Cientistas da Universidade de Boston identificaram um grupo de variantes genéticas comuns em pessoas com mais de 100 anos de idade
Uma equipe de pesquisadores da Escola de Saúde Pública e da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, descreveu na revista Science desta semana uma série de marcadores genéticos ligados à longevidade humana.
Após analisarem os genomas de 1055 pessoas centenárias e compará-los com um grupo de controle, eles conseguiram identificar 19 assinaturas genéticas comuns a pessoas que passaram dos 100 anos de idade.
Os resultados levantam a possibilidade de indivíduos saberem, com antecedência, o potencial deles viverem até idades mais avançadas, além de trazer novas evidências para os estudos sobre as formas como múltiplos genes influenciam no envelhecimento humano.
Os 19 grupos genéticos associados à longevidade foram identificados em 90% dos centenários analisados. Além disso, a equipe descobriu que 45% dos indivíduos mais antigos do estudo, com média de 110 anos de idade, apresentaram tinham uma frequência maior de alguns destes marcadores. Segundo o estudo, as assinaturas genéticas encontradas representam um novo avanço para a medicina personalizada, onde este método analítico pode ser útil na prevenção e tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson.
“Depois de verificar os genes envolvidos com a vida prolongada, nós desenvolvemos um modelo genético que calcula a predisposição de um indivíduo atingir a longevidade, com base em 150 marcadores”, disse uma das autoras do trabalho, Paola Sebastiani, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, durante coletiva de imprensa que divulgou os resultados do trabalho.
“Testamos esse modelo em um conjunto independente de centenários e conseguimos prever, com 77% de precisão, se uma pessoa irá viver ou não até idades mais avançadas”, acrescentou. Os cientistas explicam, no entanto, que apesar de os dados genéticos poderem prever a longevidade, essa previsão não é perfeita e pode melhorar ainda mais com o melhor conhecimento das variações no genoma humano.
“A taxa de erro de 23% mostra que, apesar de sabermos muito sobre o genoma humano, ainda há muito a ser descoberto. Além disso, a genética é fundamental para identificar casos excepcionais de longevidade, mas não é a única ferramenta. Há outros fatores ambientais, como estilo de vida e uma alimentação saudável, que também contribuem para as pessoas viverem mais”, afirmou a cientista.
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