sábado, 21 de junho de 2014

Há 24 anos no Brasil, chef iraniana diz não ter ambição de cozinhar para seleção

Nasrin Haddad já teve restaurantes em Paraty e Belo Horizonte, onde o Irã enfrentará a Argentina neste sábado. Para ela, os brasileiros farão persas se sentirem em casa na capital mineira

Não é muito comum ouvirmos falar em culinária iraniana. E quem pensa que a comida persa faz parte do cardápio árabe, está enganado. "Nossa cozinha é fruto de outra cultura, outra etnia", diz o site do Amigo do Rei, serviço de cozinha a domicílio inaugurado por Nasrin Haddad, nascida no Irã e que vive no Brasil há 24 anos.
Nasrin e seu marido, Claudio, abriram o primeiro restaurante da família em 1998, na cidade de Paraty, Rio de Janeiro. Dali, por conta da formação educacional da filha e em busca de uma melhor oportunidade de negócio, se mudaram para Belo Horizonte, onde a casa funcionou até 2011. Desde então, promovem o que chamam de "chef a domicílio", com jantares preparados na residência de clientes que agendam o serviço - ou até na própria casa dela.
Nas palavras de Nasrin, a diferença de iranianos e árabes na hora de comer e que dá o toque especial em seus pratos está no açafrão, que acompanha simplesmente todas as refeições. "O açafrão do Irã é considerado o melhor do mundo, é nosso tempero nacional. A culinária árabe é, na minha opinião, menos complicada, mais rústica. A culinária iraniana é mais sofisticada", afirma a "cadbanou" (definição em farsi, a língua falada no Irã, de quem tem grande habilidade para cozinhar), em entrevista ao iG Esporte.
Tah chin-e morgh: Cubos de peito de frango acompanhados de Arroz Tahtin (açafrão verdadeiro, especiarias e zereshk, frutinha selvagem das montanhas do Irã). Foto: Divulgação
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Contudo, apesar de ser pioneira da culinária persa no Brasil, Nasrin disse que não tem ambição de cozinhar para a delegação iraniana que está no país para a disputa da Copa do Mundo. "Não há por que, eles trouxeram tudo do Irã, já têm uma agenda específica. Normalmente eles trazem tudo. Não tenho muito desejo. E se não me chamaram ainda, não vão vir agora pra me chamar". 
Neste sábado, o Irã enfrenta a Argentina de Lionel Messi e companhia no Mineirão, pela segunda rodada do grupo F. Embora não confie muito no desempenho dos comandados de Carlos Queiroz, Nasrin acredita que a seleção terá ao menos grande apoio por parte dos brasileiros na capital mineira, onde ela manteve o restaurante por alguns anos.  "Acho que o brasileiro vai torcer (para o Irã), mas infelizmente o pessoal do Irã não é um grande time né. O brasileiro recebe todo mundo muito bem, especialmente os mineiros. Acho que por ser uma rivalidade antiga entre Brasil e Argentina, vão torcer pro Irã".
No Mineirão, pelo menos de acordo com Nasrin, o Irã vai ser Brasil na Copa do Mundo.

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