Nasrin Haddad já teve restaurantes em Paraty e Belo Horizonte, onde o Irã enfrentará a Argentina neste sábado. Para ela, os brasileiros farão persas se sentirem em casa na capital mineira
Não é muito comum ouvirmos falar em culinária iraniana. E quem pensa que a comida persa faz parte do cardápio árabe, está enganado. "Nossa cozinha é fruto de outra cultura, outra etnia", diz o site do Amigo do Rei, serviço de cozinha a domicílio inaugurado por Nasrin Haddad, nascida no Irã e que vive no Brasil há 24 anos.
Nasrin e seu marido, Claudio, abriram o primeiro restaurante da família em 1998, na cidade de Paraty, Rio de Janeiro. Dali, por conta da formação educacional da filha e em busca de uma melhor oportunidade de negócio, se mudaram para Belo Horizonte, onde a casa funcionou até 2011. Desde então, promovem o que chamam de "chef a domicílio", com jantares preparados na residência de clientes que agendam o serviço - ou até na própria casa dela.
Nas palavras de Nasrin, a diferença de iranianos e árabes na hora de comer e que dá o toque especial em seus pratos está no açafrão, que acompanha simplesmente todas as refeições. "O açafrão do Irã é considerado o melhor do mundo, é nosso tempero nacional. A culinária árabe é, na minha opinião, menos complicada, mais rústica. A culinária iraniana é mais sofisticada", afirma a "cadbanou" (definição em farsi, a língua falada no Irã, de quem tem grande habilidade para cozinhar), em entrevista ao iG Esporte.
Contudo, apesar de ser pioneira da culinária persa no Brasil, Nasrin disse que não tem ambição de cozinhar para a delegação iraniana que está no país para a disputa da Copa do Mundo. "Não há por que, eles trouxeram tudo do Irã, já têm uma agenda específica. Normalmente eles trazem tudo. Não tenho muito desejo. E se não me chamaram ainda, não vão vir agora pra me chamar".
Neste sábado, o Irã enfrenta a Argentina de Lionel Messi e companhia no Mineirão, pela segunda rodada do grupo F. Embora não confie muito no desempenho dos comandados de Carlos Queiroz, Nasrin acredita que a seleção terá ao menos grande apoio por parte dos brasileiros na capital mineira, onde ela manteve o restaurante por alguns anos. "Acho que o brasileiro vai torcer (para o Irã), mas infelizmente o pessoal do Irã não é um grande time né. O brasileiro recebe todo mundo muito bem, especialmente os mineiros. Acho que por ser uma rivalidade antiga entre Brasil e Argentina, vão torcer pro Irã".
No Mineirão, pelo menos de acordo com Nasrin, o Irã vai ser Brasil na Copa do Mundo.
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