sábado, 17 de maio de 2014

SOLIDÃO NA TERCEIRA IDADE



A solidão é um sentimento negativo que as pessoas experimentam quando se sentem sós, no meio da multidão.
A pessoa sente que não mantém relações afectivas satisfatórias com os outros, e considera que não tem ninguém para conviver.
Trata-se, efectivamente, de uma experiência subjectiva psicologicamente desagradável, caracterizada pela manutenção de relacionamentos interpessoais deficientes.
Em Portugal, estima-se que cerca de 19% da população idosa viva só e sem quaisquer apoios. Desta percentagem, apenas 10-14% refere sentir solidão. O sexo feminino é o mais afectado devido ao facto das mulheres terem uma maior esperança média de vida. Não obstante, estas conseguem manter-se autónomas durante mais tempo, quando comparadas com os homens.
A solidão é das queixas mais frequentes que os idosos manifestam, mas, segundo os autores, sabe-se que esta vai diminuindo com o avançar da idade (sendo mais sentida nas faixas etárias mais jovens).
Conforme alguns psicólogos, as pessoas que sentem solidão estão mais expostas a sofrer de doenças físicas e psíquicas, e o seu sistema imunológico torna-se mais propício à contracção de doenças crónicas. Sabe-se também que o risco morte das pessoas que vivem sozinhas é o dobro das que permanecem acompanhadas.
Há diversos factores que podem condicionar o sentimento de solidão. De entre eles destacam-se a aposentadoria, a viuvez, o síndrome de ninho vazio (sentimento de vazio sentido quando os filhos abandonam o lar para refazer a própria vida), a pobreza e a exclusão social.
A reforma trata-se de um acontecimento normativo que faz parte da vida de todas as pessoas. Pode ser vivida positiva ou negativamente. Neste último caso, a pessoa sente que deixa de contribuir positivamente para com a sociedade, vivendo alienado dos outros. Há uma espécie de corte com as relações sociais.
A viuvez deixa marcas indeléveis em qualquer pessoa que a experiencie. A perda do companheiro de uma vida traduz uma forte ruptura a nível pessoal e familiar. A pessoa passa a sentir-se mais só, vivendo numa esfera emocional negativa. É comum desenvolverem-se síndromes depressivos até ao elaborar do processo de luto.
A pobreza é fruto de uma sociedade industrializada adaptada aos mais jovens com poder de inovação e plasticidade neuronal. A solidão apresenta níveis mais elevados nas classes mais baixas, devido ao facto de haver interesses pouco específicos e uma baixa capacidade de ocupação em actividades de satisfação social. Estes sujeitos tendem também a viver em condições de maior precariedade, com poucas condições de habitabilidade e pensões de reforma bastante baixas que não lhes permitem dar aso às despesas que se fazem sentir.
Posto isto, importa combater a solidão, especialmente nas camadas mais anciãs.
O cuidado/apoio informal, o envelhecimento activo e não-marginalizado, uma melhor aceitação das perdas e o combate a um envelhecimento inócuo e solitário, são factores que permitem atenuar o sentimento de isolamento social, promovendo uma melhoria no bem-estar geral da população que reside na nossa sociedade.

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