sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O que não pode faltar na consulta com o ginecologista

O médico da mulher tem de ser clínico geral, terapeuta, mastologista, consultor sexual e muito mais

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Saiba o que não pode faltar em uma consulta com o ginecologista
Independentemente da faixa etária da paciente, a consulta periódica com o ginecologista é tida como item indispensável para a boa saúde e prevenção de doenças.
Apesar de esta especialidade clínica remeter ao bom funcionamento do órgão sexual feminino, médicos de todas as áreas apostam nesta visita ao consultório ginecológico como ponte decisiva para os hábitos saudáveis da mulher. Gérson Lopes, vice-presidente da Comissão Nacional de Sexologia da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma que faz parte do leque de preocupações dos ginecologistas, por exemplo, atentar se as relações sexuais delas são prazerosas, não doem, e se há algum problema com a libido.
Otávio Gebara, cardiologista do Instituto do Coração (Incor) acrescenta que, muitas vezes, a porta de entrada para a detecção de uma doença cardiovascular é o consultório do ginecologista. Além disso, é o médico mais próximo do universo feminino que consegue identificar algum indício de problema psicológico ou de qualquer outra questão que envolva a relação entre corpo e mente.
Delas conversou com um dos principais especialistas do Brasil, César Fernandes, presidente da Sociedade de Ginecologia de São Paulo (Sogesp) para alertar o que não pode faltar na consulta com o ginecologista. O passo a passo serve tanto para médicos quanto para pacientes. Em caso de dúvidas, não deixe de questionar a conduta com o seu especialista.
Primeira vez
Quando vai pela primeira vez ao ginecologista a paciente, em geral, ainda é adolescente. Às vezes, no entanto, a mulher fica tanto tempo sem visitar este médico que a sensação é de estreia. É função do ginecologista, portanto, acolher a jovem, adulta ou senhora. Para uma consulta de qualidade é preciso também que a paciente se sinta à vontade e confortável com o médico
Pressão, altura e peso
Ouvir a história de vida da paciente – registros de antecedentes de doenças na família por exemplo – para conduzir o rumo da consulta é um aspecto importante. Assim como medir a pressão, a altura e a circunferência abdominal, em especial na primeira consulta. Alterações nestes setores podem indicar vulnerabilidade a problemas cardiovasculares e nortear pedidos de exames extras como glicemia e colesterol. “O exame clínico, físico é fundamental. O restante é só para confirmar hipóteses de diagnósticos” afirma o médico César Fernandes.
Planejamento e queixas
Pode ser quem em uma primeira consulta a paciente ainda não sinta segurança para falar sobre a qualidade de sua vida sexual, mas faz parte das obrigações do ginecologista tentar conduzir este assunto e trazer questionamentos à mulher, informa o presidente da Sogesp.
“Para as meninas que ainda não começaram ou estão no início da vida sexual é importante mostrar os caminhos do sexo seguro, com o uso de preservativos e também de outros métodos contraceptivos. Para as adultas, o objetivo é identificar os planos ou não de gravidez e conduzir a melhor forma de planejamento familiar e introdução ao pré-natal”, explica ele.
No caso das mais velhas, é importante comentar ou averiguar quais são os possíveis transtornos trazidos com a mudança hormonal e a chegada da menopausa. É importante ressaltar que a idade não é determinante para impactos na libido e na gratificação sexual.
Exames de DST
Ainda que nenhum indício de doença sexualmente transmissível (DST) seja detectado pelo ginecologista, alertar e informar sobre as formas de transmissão, faz parte das funções do médico. O infectologista Artur Timerman, um dos maiores especialistas em aids do País, já citou que o aumento de casos em mulheres com mais de 50 anos (que passaram dos 8% do total de casos em 2000 para 15% em 2009) também tem como uma de suas razões a descrença de que elas podem sim contrair o vírus HIV caso não discutam formas de prevenção da doença. No caso das mais velhas, alertou uma pesquisa feita pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, 80% das pacientes com mais de 60 anos foram infectadas em relações com parceiro fixo. Portanto, indicar locais para fazer o teste ou solicitar exames adicionais de DST/Aids ou abordar o assunto podem fazer parte de uma boa consulta com o ginecologista
Vacinas
O médico César Fernandes afirma que para as adolescentes, ainda que já tenham tido a primeira relação sexual, é interessante conversar sobre a possibilidade de tomar a vacina contra o HPV – ela ainda não está disponível na rede pública, tem um valor médio de R$ 300 e a recomendação não é para todas as mulheres. O especialista deve falar de outras atualizações do calendário de vacinação – como por exemplo a vacina da hepatite B, que já entrou na lista de vacinas fornecidas para adolescentes e jovens adultos – e até possíveis doses não recebidas quando a paciente ainda era criança.
Mamas
Existe uma especialidade médica chamada mastologia, responsável por cuidar apenas da saúde das mamas. Ainda assim, faz parte das funções do ginecologista examinar esta parte do corpo feminino. O autoexame é importante para a identificação de algum problema, inclusive o próprio câncer de mama, mas o Instituto Nacional do Câncer (Inca) define como tática de prevenção fundamental para detecção precoce do tumor tanto a participação dos médicos ginecologistas nesta avaliação clínica quanto a realização de exames periódicos de mamografia (a partir dos 45 anos). Não importa a idade da paciente, sempre é indicado o ginecologista avaliar as mamas.

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