sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Presidente do STF contradiz o status quo no Brasil

BRASÍLIA, Brasil – O Supremo Tribunal Federal (STF) há muito tempo se vê como um bastião dos bons modos e da formalidade. Os juízes se chamam de "vossa excelência", vestem mantos ondulantes e envolvem cada declaração com grandiloquência, como se pouca coisa tivesse mudado desde a época em que marqueses e duques dominavam vastas plantações.
Presidente do STF contradiz o status quo no Brasil
BRASÍLIA, Brasil – O Supremo Tribunal Federal (STF) há muito tempo se vê como um bastião dos bons modos e da formalidade. Os juízes se chamam de "vossa excelência", vestem mantos ondulantes e envolvem cada declaração com grandiloquência, como se pouca coisa tivesse mudado desde a época em que marqueses e duques dominavam vastas plantações.
Contudo, quando o presidente do STF, Joaquim Barbosa, 58 anos, entra a passos largos na corte, as dez outras excelências se preparam para o que pode acontecer.
Em uma briga televisionada, Barbosa questionou a outro juiz se este estaria no STF não fosse a indicação do primo, ex-presidente que sofreu impeachment em 1992. Outro juiz foi censurado por Barbosa pelo que este considerou como tom condescendente, dizendo que não era seu "capanga".
Em um de seus momentos mais mordazes, Barbosa, o primeiro e único negro do STF, atacou o sistema jurídico brasileiro como um todo – país onde ainda é extraordinariamente raro que políticos passem um tempo presos, mesmo após serem condenados pelos crimes – alegando que a mentalidade dos juízes era "conservadora, defensora do status quo e a favor da impunidade".
"Tenho um temperamento que não se adapta bem à política", disse Barbosa em uma entrevista recente em seus aposentos aqui no STF, um marco modernista de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer. "É porque costumo falar o que penso."
Apesar de sua reconhecida falta de tato, ele é a força impulsora por trás de uma série de sentenças sociais liberais que agitaram o sistema, transformando a suprema corte brasileira – e ele em particular – em um novo poder político, sujeito à fascinação popular.

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