Sofrimento de jogadores que perderam Copa de 1950 é visto no horizonte por quem fez o “Minerazo” em 2014
Os jogadores da seleção brasileira não souberam explicar a maior derrota em seus 100 anos de história. Buscando as palavras, com olhar vago, alguns deles conversaram com jornalistas depois do jogo temendo um tema: o tamanho do vexame para as carreiras de cada um deles. A comparação com 1950 e a derrota por 2 a 1 para o Uruguai no jogo decisivo no Maracanã foi inevitável, ainda que o tamanho dos 7 a 1 para a Alemanha seja maior.
"Começamos juntos e vamos terminar juntos. Mas o futuro só a Deus pertence. Vou continuar trabalhando. Se acontecer de eu voltar (a ser convocado), ou não voltar, não sei. Mas o meu papel vou continuar fazendo e se eu tiver oportunidade vou vir de braços abertos para representar meu país", disse o volante Luiz Gustavo.
O capitão Thiago Silva se esquivou do assunto. Pediu para que bodes expiatórios não fossem criados, como foi o goleiro Barbosa em 1950.
"Não tem que achar um outro culpado. Até porque em esporte coletivo, quando se erra um, se erra todo mundo. E hoje nesse jogo a responsabilidade foi de todos. Vi que o Felipão assumiu a dele em escalar a equipe. A gente assume dentro de campo e assim é que é", disse o capitão, ausente do jogo contra a Alemanha por suspensão.
"Num placar como esse um monte de gente vai falar um monte de coisa, num placar de jogo vão buscar uma coisa aqui, ali, em tática, posicionamento, enfim. Falar depois do jogo é fácil. Quero ver as pessoas terem a responsabilidade de assumir uma situação como essa. As pessoas vão falar muito, ah, o Felipão fez errado isso, fez errado aquilo, acho que não. Todos nós erramos. Todos nós somos culpados do vexame", disse Thiago Silva, tratando de dividir a culpa.
Daniel Alves, que pode ter feito sua última competição pela seleção brasileira, admitiu que a derrota estará gravada na história, e claro, na sua carreira. "Pior derrota da minha vida e da história do futebol recente. Não é porque tivemos uma derrota dessa, que jogador A, B ou C tiveram uma contribuição maior para esse vexame. Todos nós tivemos". O lateral ficou no banco de Maicon contra a Alemanha.
"Sem me esquivar da responsabilidade, cada um tem sua parcela, tanto para bom, como para ruim aqui dentro da seleção. Eu acho que essa é a diferença em ter culpa e responsabilidade. Culpa é quando você tem a intenção de fazer a coisa errada. E a responsabilidade é quando tem disposição boa, mas as vezes não dá certo. Foi o que aconteceu", disse o lateral.
O meia atacante Bernard, que entrou no lugar de Neymar, tentou minimizar o vexame. "Esse time não fica marcado de nenhuma forma. Ele tentou entrar no jogo, dar melhor de si, representar a seleção da melhor maneira, mas infelizmente futebol é assim. Essas coisas acontecem", disse o caçula do grupo.
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