quarta-feira, 9 de julho de 2014

Seleção brasileira retorna à Granja Comary com protesto solitário e até apoio

Oito moradores de Teresópolis suportaram a chuva e três horas de espera para celebrar timidamente os jogadores

O retorno da seleção brasileira a Teresópolis, na madrugada desta quarta-feira, foi o mais tranquilo desde o início do Mundial. Após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal, só um torcedor protestou, fixando duas placas na passarela de entrada da Granja Comary.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Torcedor com uma faixa escrito "Vergonha" na Granja Comary
"Cem anos de história foram por água abaixo em 25 minutos", exagerou o cabeleireiro Eduardo Marques, que escreveu "vergonha" em uma placa e fez piada com quantidade de gols sofridos em outra, mas foi embora antes da chegada da delegação vinda de Belo Horizonte. As mensagens, no entanto, foram encobertas mais tarde pelo desnecessário cordão humano de soldados do Exército e policiais militares.
"Veja a diferença de quem veio para o Mundial preparado e treinou para quem veio para brincar e tomar chimarrão", contestou o torcedor, antes de deixar o local, referindo-se ao gaúcho Luiz Felipe Scolari. O técnico concedeu muitas folgas ao time durante a competição e, na opinião de Marques, pegou leve demais na preparação para o confronto desta terça-feira.
Menos chateados, outros oito moradores locais suportaram a chuva e três horas de espera para apoiar timidamente os jogadores, na volta da capital mineira. Mas mal puderam ver quem era quem dentro do veículo, que, mais uma vez escoltado por forte esquema de segurança desde o Rio de Janeiro, passou pelo local com as luzes internas apagadas. Ainda assim, ensaiaram um coro acanhado de "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".
Brasileiros ficam desolados com massacre. Veja as fotos:
Torcedores brasileiros choram derrota para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. Foto: AP
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Alguns policiais questionaram o reforço do aparato destacado para a recepção da Seleção. E, em conversas uns com os outros, seguiam a linha indignada do cabeleireiro. "Sete a um? Nunca vi isso em Copa", disse um deles. "Eles não jogaram como quem tinha a obrigação de ganhar dentro de casa. E eles tinham essa obrigação", criticou outro, já se posicionando para a passagem do ônibus brasileiro, que leva a inscrição "Preparem-se, o hexa está chegando!".
Interrompido esse sonho do hexacampeonato, o Brasil agora espera seu adversário na decisão do terceiro lugar. No sábado, em Brasília, terá pela frente Argentina ou Holanda, que duelam nesta quarta-feira. Antes disso, jogadores e membros da comissão técnica devem jantar a tradicional pizza que sempre os aguarda após cada jogo. Desta vez, com sabor de derrota.

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