terça-feira, 8 de julho de 2014

Seleção desafia planos de 4 anos para bater Alemanha e ir à final sem Neymar

Planejamento em ciclo iniciado após a África do Sul girava em torno do craque, ausente pela primeira vez na "Era Felipão" em uma semifinal

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Brasileiros saúdam a torcida no Castelão após a classificação para as semifinais
Toda a montagem da seleção brasileira no ciclo iniciado após a Copa de 2010 por Mano Menezes girou em torno de Neymar. Era em cima dele que estavam depositadas as fichas por um triunfo no Mundial em casa. Mas o jogador mais convocado nesse período e esperança de título em 2014 não está mais em combate. Justamente no jogo mais importante de todo o caminho para o hexa, nesta terça-feira, contra a Alemanha às 17h no Mineirão em Belo Horizonte.
O desafio é enorme, admitem os brasileiros. “Neymar é o nosso diferencial. O jogador capaz de fazer uma jogada inesperada, um drible para colocar o colega na cara do gol. Mas agora temos de nos superar”, disse Oscar depois da partida contra a Colômbia pelas quartas de final. Ele é um dos que assumem uma responsabilidade extra sem o camisa 10.
Neymar fez 35 gols nesses quatro anos pela seleção principal. Jogou 53 partidas e já é o sexto maior artilheiro da história da seleção brasileira, atrás só de Pelé (77), Ronaldo (62), Romário (55) Zico (48) e Bebeto (39). Qualquer substituto sabe o que pensa que enfrentará. Desde 2010 a seleção jogou 61 partidas e Neymar só não jogou seis, todas com Mano Menezes.
A tarefa dos brasileiros é difícil não só por não estarem acostumados a jogar sem Neymar, presente em todos os 27 jogos de Luiz Felipe Scolari desde que reassumiu a equipe no início de 2013, mas também pelo rival que enfrenta.
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Brasil e Alemanha disputaram a final da Copa do Mundo de 2002
A Alemanha está na sua quarta semifinal de Copa seguida (um feito inédito) e luta para consagrar uma geração que ainda não conquistou um título relevante: caiu nesta fase nos Mundiais de 2006 e 2010, perdeu a final da Euro de 2008 para a Espanha e a semifinal da edição de 2012 para a Itália.
“Alemanha mostra um equilíbrio em todos setores, defesa ,meio campo e ataque. Tem domínio de jogo bom e não dá pra pensar em tranquilidade jogando se A ou B não jogam. O equilíbrio é grande. Um time há seis anos organizado para essa Copa. Seis anos para chegar aqui é um sinal que tem bom balanço, bom trabalho de equipe”, disse Felipão.
Clive Rose/Getty Images
Mats Hummels foi o autor do gol da Alemanha diante da França nas quartas de final da Copa
O técnico alemão é o mesmo desde o final da Copa em que o país foi sede em 2006: Joachim Löw. Foi responsável por mudar o jeito de sua seleção jogar e que por detalhes ainda não culminaram num grande feito. Löw rechaça que por jogar sem Neymar o Brasil entre em desvantagem contra a Alemanha.
“Não. Com certeza não somos favoritos. A ausência do Neymar ou do Thiago Silva talvez seja desvantagem para o Brasil, mas o Dante vai jogar e não posso esperar que ele vai jogar mal contra a Alemanha. É um excelente jogador. E no lugar do Neymar são três opções, todos muito bons e que vão lutar para que mostrar que podem substituir Neymar e avançar”, disse o técnico alemão.
Nem Felipão, nem Löw anteciparam os times que vão escalar nesta terça-feira. A tendência é que o brasileiro seja conservador e reforce o meio campo com o retorno de Luiz Gustavo no lugar de Neymar, mantendo Paulinho e Fernandinho. Essa foi uma das opções treinadas. Willian também poderia ser o nome no lugar de Paulinho. Já a Alemanha deve manter o time que venceu a França nas quartas de final, mas sem Klose, que daria lugar a Götze.
Retrospecto
Brasil e Alemanha são os países que mais jogaram partidas de Copa do Mundo, mas se enfrentaram só uma vez. Há 12 anos, na final da Copa do Japão e da Coreia do Sul. Vitória brasileira por 2 a 0, dois gols de Ronaldo. No total foram 21 jogos, com 12 vitórias brasileiras, quatro alemãs e cinco empates.

FICHA TÉCNICA – BRASIL x ALEMANHA
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: 8 de julho de 2014, terça-feira
Horário: 17h
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)
Assistentes: Marvin Torrentera e Marcos Quintero, ambos do México

Prováveis escalações
Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves, Dante, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Fernandinho e Oscar; Hulk e Fred. 
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Alemanha: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Höwedes; Khedira, Schweinsteiger, Kroos e Ozil; Muller e Götze (Klose) 
Técnico: Joachim Löw

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